ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 24º

Manoel Afonso

Políticos negam aparências, disfarçam evidências

Manoel Afonso | 28/10/2016 10:04

ENCRUZILHADA? A vitória em Campo Grande sempre foi vista como carimbo no passaporte do poder no Mato Grosso do Sul. Além de ser o maior colégio eleitoral, exerce influência emblemática de poder para o interior. Afinal, é aqui onde tudo acontece.

ESTRATÉGICA O pleito de 2018 passa pelas eleições da Capital, sim senhor! Tanto é que os apoios recebidos pelos dois candidatos a prefeito foram dispensados do carimbo da coerência ideológica/partidária. O ‘curioso’: sem ouvir a opinião dos seus eleitores.

QUESTÕES Declarações de apoio de lideranças partidárias terão a capacidade de sensibilizar o eleitor a escolher candidato(a) recomendado(a)? É possível inclusive que o eleitor se sinta como aquele personagem com a bolinha vermelha no nariz.

A ADVERTÊNCIA foi dada no 1º turno com o alto número de votos nulos, brancos e abstenções. Somando-se desgastante campanha neste 2º turno aos recentes escândalos com figurões nacionais e feriados, teremos um ambiente no mínimo desanimador.

ENFIM... Após o resultado das urnas, devemos esquecer as promessas do horário eleitoral. O exercício da utopia dará lugar à dura realidade que corta o País de ponta a ponta. Quem venceu mudará o discurso com um rosário de argumentos já previsíveis.

COMO ignorar o papel do ensino médio? Relator da Medida Provisória que cuida da sua reforma, o senador Pedro Chaves (PSC-MS) é a pessoa certa no lugar certo. Ouve sugestões de educadores, ministros e ex-ministros. No fim de novembro divulgará o relatório final.

ANCORADO nos 6.202 votos no pleito de 2012 na capital, o vereador Airton Saraiva (DEM) é candidato à deputado estadual em 2018. Aqui o DEM elegeu 3 prefeitos, 5 vices e 53 vereadores. A região onde mora há 38 anos tem 100 mil eleitores. Isso conta.

DUAS FRASES para o leitor refletir. Na reta final da eleição, os candidatos ficam iguaizinhos a Chitãozinho e Xororó: negando as aparências e disfarçando as evidências. Aquela sensação de cúmplice bate em todo o eleitor imediatamente após o seu voto.

SABOR Conta-me Gilberto Garcia (PR), prefeito eleito de Nova Andradina, que dentre os telefonemas recebidos após a vitória, o mais significativo foi do senador Waldemir Moka (PMDB) lembrando: “Vocês daí jamais esquecerão a diferença de apenas 27 votos”.

VITÓRIAS apertadas nas urnas perpetuam-se no imaginário popular. Outro exemplo é a vitória de André Puccineli (PMDB) contra Zeca do PT para a prefeitura da Capital por 411 votos. É como no futebol, perdendo o jogo e o título no último minuto da partida.

DESAFIO-1 Tenho conversado no saguão da Assembleia Legislativa com vencedores e perdedores de cidades do interior. As lamúrias e as falácias de sempre. Mas ambos com a preocupação de pagar as contas numa época em que o País vive crise financeira feroz.

DESAFIO-2 Na campanha, os excessos verbais ferem as relações pessoais. Agora, é adotar a arte da convivência no dia a dia da cidade, do trabalho aos encontros do Rotary Club, Lions Club e Maçonaria. Mágoas e ressentimentos só cicatrizam com o tempo.

LEMBRETE 2018 está chegando; as novas eleições motivarão as lideranças políticas, independentemente do desempenho em 2016. Todas têm importância no contexto local, onde não faltam a vaidade e ambição de poder que tanto atraem e seduzem os homens.

A EXPLICAÇÃO “Ele é inconvivível”. Para o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) – essa foi a causa da derrota do deputado federal Geraldo Resende (PSDB) em Dourados. Confirma-se assim que o parlamentar tucano tem dificuldades de relacionamento pelo seu estilo.

ALEGRIA A vitória em 21 municípios nestas eleições municipais, onde elegeu 53 vereadores através do DEM e partidos coligados, é um reforço e motivação para o deputado Zé Teixeira continuar na vida pública. Um exemplo de vitalidade e coerência.

NOVO TETO Não resolve tudo, mas é uma santa ajuda essa elevação do teto do Simples de R$ 2,5 milhões para R$ 3,6 milhões. Lembra bem Sergio Longen, da Fiems (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul): 90% dos empregos, ou 540 mil trabalhadores, estão nas micro e pequenas empresas.

QUE PENA! Estamos terminando o ano e nossa Assembleia Legislativa mantendo-se ao largo dos grandes temas nacionais. Parlamentares priorizam as questões paroquiais, como se fossem inclusive vereadores da Capital pedindo iluminação e asfalto nas ruas.

A PROPÓSITO Volta-se a falar em redução do número de vereadores da Câmara de Campo Grande. Ora! O número anterior estava de bom tamanho. E insisto: qual é o ganho real do vereador? Qual sua verba pessoal? Quantos funcionários pode nomear?

LIÇÕES Futuros prefeitos e vereadores deveriam acompanhar as decisões do nosso Tribunal de Contas. Despesas/convênios sem licitação, contratos/doações irregulares, diárias ilegais a funcionários e vereadores estão na relação das infrações comuns e sempre com punição aos gestores públicos.

Ex-senador Vicente Vuolo (Foto: Reprodução / Internet)
Ex-senador Vicente Vuolo (Foto: Reprodução / Internet)

MEMÓRIA POLÍTICA Nascido em Cuiabá em 1929, formou-se em Direito no Rio de Janeiro, foi delegado de Polícia, Promotor de Justiça e Procurador da República, Vicente Vuolo (PSD) se elegeu deputado estadual em Mato Grosso em 1958; em 1962 elegeu-se prefeito de Cuiabá e em 1974 elegeu-se deputado federal pela ARENA. Com a criação do Mato Grosso do Sul em 1977 venceu a eleição direta para o Senado em Mato Grosso em 1978 para um mandato de quatro anos sucedendo Mendes Canalle e sendo sucedido pelo ex-embaixador Roberto Campos. Benedito Canelas (PDS) venceu a disputa direta pela segunda vaga de senador e Gastão Muller (PDS) venceu a eleição indireta e garantiu oito anos de mandato na terceira vaga. Vuolo morreu em 2001 aos 71 anos de idade. A ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná ligando Aparecida do Tabuado a Santa Fé do Sul (SP) leva seu nome em homenagem a sua trajetória política e principalmente pela sua defesa em prol da ligação ferroviária do Mato Grosso com o Estado de São Paulo. Por tudo que fez, merece ser lembrado.

"O eleitor, obrigatoriamente, tem que ser qualificado. O candidato, não". (Max Nunes)

Nos siga no Google Notícias