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Manoel Afonso

Preocupa: o país dividido até quando?

Manoel Afonso | 11/11/2022 08:20

REPRISE: Em todos os níveis as eleições motivam lamentações, lagrimas e revolta entre os derrotados. Sempre assim. Perder agride o ego, machuca a vaidade do eleitor ingênuo ao candidato calejado. Alguns candidatos levaram sonoro ‘não’ por conta de fatores as vezes inaceitáveis a luz da lógica. Mas - as eleições teriam mesmo lógica?

LAMENTOS: Continuam! Até a Muralha da China - se transformada no ‘Muro das Lamentações’ seria insuficiente para acolher tantos inconformados com seus pedidos - a espera de milagre e quiçá da vinda do ‘Salvador’. Mas lembro que é na derrota que se conhece os campeões. Perder é parte do jogo da democracia. Basta de nhenhenhém.

PACIFICAÇÃO: Um amigo questiona: ‘será que vale a pena dividir o Brasil, rompendo laços afetivos valiosos e se distanciando dos amigos e vizinhos antigos? Na verdade, nós precisamos oxigenar e rever também as relações no campo digital onde ainda se trava embates dos aliados dos dois candidatos. Que tal baixar as armas? O Papai Noel está chegando.

EXCESSOS: São vistos entre perdedores e vencedores. Os primeiros continuam alimentandos teses absurdas com manifestações e postagens nas redes sociais inclusive. Os segundos, equivocadamente tentam apagar o incêndio com gasolina. Essa guerrilha de acusações reciprocas passa intranquilidade à população. O país precisa de paz para crescer.

PASSIONAL: Latino é diferente do povo eslavo e bretão. Emotivo, de arroubos. Isso foi um dos fatores que levaram Raquel Lyra a derrotar Marília Arraes em Pernambuco, virando a disputa no 2º turno após a morte súbita do seu marido ao final do 1º turno. Ao negar o pedido da viúva pelo adiamento do início da campanha do 2º turno, Marília cavou a derrota. O eleitor reprovou sua atitude insensível naquela hora dolorida. Foi o voto por compaixão.

COMPARANDO: Pelas aparências Fernando Haddad seria o favorito no pleito de São Paulo. Ex-prefeito da capital, cacique do PT, com apoio de Lula, contra um adversário técnico estreante em eleições e importado do Rio de Janeiro. Ao final pesaram outros fatores e a reação do eleitorado contrariou as previsões iniciais. Mais uma vez o PT leu errado o pensamento do paulista e do paulistano.

AQUI TAMBÉM: No início Eduardo Riedel era visto como lento, sem jeito para pedir votos. Contra ele a petista Gisele, o deputado Contar ancorado no discurso anti-corrupção e três experientes: Marcos Trad, Puccinelli, Rose. Devagar, Riedel subiu nas pesquisas, chegou ao 2º turno vencendo fora da margem de erro. Final de eleição é mesmo imprevisível – como em Pernambuco e São Paulo.

REFLEXÕES: Talvez nem percebemos, mas nossos ídolos esportivos, artísticos, e referencias políticas sucumbem com o tempo. A imagem, a fala e gestos apresentam mutações. Portanto, as projeções para as eleições de 2024 passam também pelo fator idade de nossos protagonistas. Dois anos passam rápido, mas imprevistos podem ocorrer neste período.

DILEMA: Deputado Lídio Lopes é reticente sobre a fusão do ‘Patriota’ com o PTB para atender a clausula de barreira. A diferença das ideologias partidárias entre ambos seria o entrave. O Patriota elegeu quatro deputados federais e o PTB um. O mínimo exigido é de 9 parlamentares. O Patriota, com 35 vereadores, 5 gestores municipais, é o 4º partido no MS. O caso é tratado pelas direções nacionais.

MUDA?: Amigo comerciante indaga: o BNDES de Lula dará prioridade aos micros, pequenos e médios empresários? Nos governos petistas grandes construtoras foram bancadas para atuar no exterior (metrô de Caracas - porto de Mariel) e artistas compraram jatinhos com nosso dinheiro. Mas o banco ignorou os apertos de quem não tinha padrinho político.

INCÓGNITA: Lula governará para o PT ou para o país? Conseguirá se livrar do fardo odioso que acumulou ao longo dos últimos anos, pela sua prisão e a pecha de corrupto? O núcleo do seu Governo será ocupado exclusivamente por cardeais petistas ou haverá espaço para os liberais citados como futuros integrantes da sua equipe?

BALANCO: O PSDB elegeu o governador e seis deputados estaduais e três federais; O PP -  vice governador, senadora, dois deputados estaduais e um federal; o PL – três deputados estaduais e dois federais; PT – três deputados estaduais e dois federais; MDB – três deputados estaduais; um cada - Patriota, Podemos, PRTB, PDT, PSD, Republicanos e União Brasil.

LENILDE  RAMOS: Papo 10 com nossa artista. Relembramos o caso (2010) quando foi descoberto que o Hino de Antônio João era plagio do Hino de Sinop (MT). Ela entra no episódio ao compor o novo hino de Antônio João e devolvendo a auto estima à população. Aliás, esse tipo de plágio é comum neste país enorme, de tantas cidades. Ouvi conferindo a letra: o hino da Lenilde tem tudo a ver com a história da cidade.

RENATO CÂMARA: Perdeu 15.535 votos em relação a 2018. Ao seu estilo sereno credita o fato à polarização da campanha estadual entre esquerda e direita, fragilizando candidatos liberais dos partidos de centro. Embora argumentando que teria pesado a força das ‘maquinas municipais e estadual’ em prol de candidaturas alinhadas, ele reconhece:  ‘faz parte do jogo’.

JOÃO GRANDÃO: O ex-deputado federal cogitado para integrar a equipe da Empaer do futuro Governo Estadual. O deputado Amarildo Cruz (PT) recorda que ele integrou várias comissões na Câmara Federal e que tem boa inserção junto a movimentos ligados aos assentamentos e pequenos produtores rurais, além de conservar forte liderança na ‘Grande Dourados’.

FALOU E DISSE: “Não adianta nada ficarmos fazendo leis bonitas no papel, que não chegam na população. Nosso foco é atender e melhorar a vida das pessoas. Vamos ajudar a prefeita Adriane Lopes na saúde da capital que precisa melhorar e muito, na infraestrutura e em todas as áreas que for necessário”. (Carlão - presidente da Câmara de Campo Grande).

NA PELE: Vindo ‘lá de baixo’ da pirâmide social o deputado professor Rinaldo, sabe bem das dificuldades para ‘subir na vida’. Não por acaso saiu defende o aumento do valor das emendas parlamentares de R$ 1,5 milhão para R$ 2,5 milhão para viabilizar um atendimento melhor ao ensino, com investimento no setor de robótica e instalação de ar condicionado inclusive. Mandou bem.

JERSON CLARO: Destaca a atuação do deputado Beto Pereira (PSDB) na Capital em prol de Riedel, credenciando-o a pré-candidatura a prefeito em 2022. Anda elogiou a senadora Simone Tebet (MDB) na sucessão presidencial dizendo que ela se cacifou para liderar o MDB local – desgastado pelas últimas derrotadas. Para ele, Simone acertou no alvo sua única bala de prata.

LÍDIO LOPES: Não se confunde a sua postura calma com falta de agilidade. Agora aflorou a notícia de seu acordo com o PSDB trocando o apoio do ‘Patriota’ e de sua mulher – prefeita Adriane Lopes ao candidato Riedel - pelo apoio dos seis deputados tucanos na eleição da mesa da Assembleia Legislativa. Lídio deve costurar com colegas para tentar chegar a presidência. Isso se chama política.

GRANDE REINALDO: A opinião é unânime em todo o Mato Grosso do Sul: o governador Reinaldo Azambuja está concluindo seu segundo mandato com avaliação excepcional. Como ele diz – entregará o estado redondo e com dinheiro em caixa para concluir as obras ainda em andamento. Politicamente ele sai gigante e fortalecido para disputar uma das duas cadeiras do Senado. Plantou, colheu!

LEMBRETE:

Há mais de 20 anos a coluna é publicada em 25 sites da capital e interior.

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