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Manoel Afonso

PT, PMDB e PSDB – trigêmeos em apuros!

Manoel Afonso | 02/06/2017 10:22

AGONIA Onde não tem escândalo por dinheiro? Ouvi de um sábio de plantão que come abelhas no café matinal: “neste ritmo o Silvio Santos acabaria ganhando as eleições para presidente”. O motivo: todos brasileiros querem dinheiro. E culpar a herança portuguesa pela nossa conduta não vale.

US$ 5 MILHÕES Foi o que Joesley Batista (JBS) emprestou a Leonardo Mantega, filho do ex-ministro Guido Mantega, que aliás esqueceu de declarar US$ 600 mil depositados num banco no exterior. O mais surrealista; Joesley perdoou a dívida porque o ‘negócio’ de Leonardo não prosperou. E os portugueses têm culpa disso?

‘CHORUMELAS’ Aqui quem trabalha não tem tempo para fazer política. Antônio Ermírio de Moraes levou pau. Brasília tem a maior renda ‘per capita’ do país, 36,4% superior à de São Paulo e seis vezes à do Maranhão, que nos deu presidentes de estatais, do Senado, da República, além de ministros diversos.

SINAIS da crise: demissão de domésticas e frentistas de postos de combustíveis; troca do óleo do motor do carro com o dobro da quilometragem; ônibus intermunicipais quase vazios; fuga dos planos de saúde; clubes sociais perdendo associados, sapatarias faturando com os fregueses da ‘meia sola’, corte de cabelo masculino a R$ 10,00.

RECADO “Sou político ficha limpa, que trabalha incansavelmente a favor de conquistas e melhorias para MS. No Conselho de Ética adotarei a mesma postura que sempre marcou minha vida pessoal e profissional. Vou agir com dignidade, justiça, bom senso e transparência...”

A DECLARAÇÃO do senador Pedro Chaves (PSC-MS), indicado membro titular do Conselho de Ética (15 membros) do Senado, soa como a reafirmação de princípios e projeto político para 2017. Já ocupou espaço neste cenário árido e sequioso por gente qualificada, de currículo notável.

O DESAFIO do nosso Tribunal de Contas será estabelecer parâmetros justos para normatizar a concessão do pagamento de diárias dos vereadores em viagens. A corte reconhece: existem viagens justificáveis, mas existem aquelas com o objetivo único de ‘levar’ o dinheiro do contribuinte.

O TEMA é velho, motivou condenações judiciais em ações do Ministério Público Estadual. Mais cautelosos, vereadores interioranos têm vindo menos à Assembleia Legislativa para o ‘café amigo’. Dalí saem alegres com a certidão garantidora da verba extra. Ora! Aprendizes desta ‘feitiçaria’.

DÚVIDAS A simples emissão de nota fiscal de animais bovinos para abate, segundo os especialistas na área, não garantiria a lisura da iniciativa ou ato mercantil. Para um contador: “a nota pode estar incompleta propositadamente para ser recusada pelo frigorífico, sem penalidades fiscais ao produtor”. Venda fictícia segundo a nota.

A QUESTÃO das notas fiscais emitidas por vários personagens que gravitam o poder, travestidos de ruralistas, tem sido criticada nas mídias sociais. Afinal, sempre há o amigo ou vizinho íntimo das lides rurais distinguindo a esperteza neste episódio acobertado, mas não sepultado. Falta o romaneio, documento do frigorífico.

DESGASTE Como evitá-lo diante da situação constrangedora do senador afastado Aécio Neves, ex-presidente nacional do PSDB e de Sergio de Paula, que agora gerencia o PSDB no Estado? Ambos estigmatizados, complicando o discurso tucano e os projetos para 2018.

EM BAIXA Foi uma semana onde os deputados estaduais do PSDB e PMDB se sentiram pouco à vontade para abordagem de alguns temas. Não tinha visto nada igual nesta legislatura. Alguns – estrategicamente – evitaram a imprensa ou pouco ficaram no plenário. Clima de funeral. E será que melhora?

‘FANTÁSTICO’ Expectativa quanto ao trabalho da comissão de parlamentares estaduais para investigar o governador Reinaldo Azambuja na delação de Wesley Batista, da JBS. Lembro: deu ‘pizza’ no caso envolvendo o deputado Paulo Corrêa (PR) ensinando o colega Felipe Orro (PSDB) a fraudar a lista de ponto. Por analogia...

SEMPRE falo dos observadores de plantão no saguão da Assembleia Legislativa. De ‘etnias’ diversas, cada qual olhando o cenário de ângulo diferente. Devem ser ouvidos sim para uma avaliação mais próxima da voz das ruas. Num ponto eles são unânimes: PT, PMDB e PSDB – viraram trigêmeos em apuros.

IMAGENS convencem os mais céticos e com áudio são unanimidade. As cenas do tal encontro do pessoal do frigorífico entregando maços dinheiro ao ‘Polaco’ seriam irrelevantes na análise do contexto geral da crise do governo estadual? O que a população pensa sobre o caso? É a pergunta.

NA TELEVISÃO vimos muitas cenas de flagrantes de entrega de dinheiro produto de corrupção. A primeira no episódio do Mensalão, uma mixaria perto dos milhões das propinas nos incentivos fiscais, estádios, obras das Olimpíadas, Copa e JBS. Fica difícil acreditar que esse dinheiro dos empresários dos frigoríficos seria destinado ao Asilo São João Bosco ou Hospital do Câncer.

‘PELEANDO’ A situação nacional reflete aqui. O Governo Estadual lida em duas frentes: cortar gastos e negociar com mais de 15 categorias de funcionários clamando por aumento salarial e acenando com greve inclusive. A queda do ICMS do gás e das atividades que geram renda pesaram violentamente.

PREVISÕES Os funcionários vão intensificar as manifestações indo para as ruas e pressionando o Governo Estadual. Um velho filme dirigido pelos dirigentes sindicais, craques em desgastar a imagem dos governantes. É aquela história: nunca se perde a oportunidade para levar vantagem política.

SEM RODEIOS Para o secretário estadual de Administração, Carlos Alberto de Assis, os números do Governo não deixam dúvidas quanto às causas da crise econômica. Ele planeja montar, a partir de julho, uma equipe de monitoramento da arrecadação com a presença de representantes do funcionalismo inclusive. O secretário reafirmou a disposição de não fugir ao diálogo com os funcionários. Isso é bom.

O HOMEM? Foi difícil o papo de minutinhos com o juiz federal Odilon de Oliveira num supermercado da Capital. Menos pelos agentes de segurança e mais pela insistência de pessoas em cumprimentá-lo efusivamente, como se ele fosse o aniversariante do domingo. Já os políticos - passaram por lá sem serem notados.

NA ÚLTIMA edição falamos que o prefeito Waldeli, de Costa Rica, pretenso candidato a governador, pertence ao PR. Questionado sobre o fato, o deputado Eduardo Rocha (PMDB) retrucou sorrindo: “Ele é do PMDB – está só emprestado ao PR”. Esses partidos lembram Eduardo Cunha, Michel Temer, Sergio Cabral, Edson Giroto e Valdemar Costa Neto.

POLÊMICA na maioria das cidades, a taxa de iluminação pública ganha espaço na Câmara Municipal da capital. Ouvi do vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), argumentos interessantes que envolvem o episódio iniciado lá atrás na gestão de Alcides Bernal (PP), que embora tivesse dinheiro em caixa, não executou a troca de lâmpadas.

“Ser chamado de “doutor” é uma das utopias mais fascinantes do brasileiro”. (Nelson Rodrigues)

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