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Manoel Afonso

Qual a pior? A crise econômica ou política?

Manoel Afonso | 21/08/2015 10:35

GRAVE – com tendência a gravíssima! É a situação da maioria das nossas prefeituras. Quase sempre a culpa não decorre de má gestão e sim do Governo Federal, que além de tirar-lhes várias fontes de renda – ainda repassou-lhes vários encargos.

O IDEAL seria administrar a cidade como empresa. Mas como? Impossível; sejamos sensatos. Ela é fruto da ação política que envolve múltiplos interesses. Aplique essa concepção em qualquer cidade brasileira e concluirá pela utopia.

INSISTO A culpa é do eleitor que pecou na escolha e do prefeito que exagerou nas promessas para se eleger. A reflexão inevitável: vale a pena tantos desgastes para massagear o ego sentado no ‘trono municipal’? Os ônus superam os bônus.

INCOERÊNCIA Nas conversas com lideranças do interior constato: apesar da situação ruim, das perspectivas preocupantes, dois ou três nomes já são citados como pré-candidatos à prefeito de algumas cidades. Seriam eles masoquistas?

AYACHE Será candidato à prefeito da capital por qual grupo? Qual seu destino após 13 anos no PT? Ele se livrará do estigma do partido do Zé Dirceu, Vaccari e Genoíno? Quais lideranças de peso agregará? Questões que já se discute por aí.

A CANDIDATURA de Ayache estaria alicerçada em qual segmento eleitoral? Essa questão é interessante, pois deixando o PT presume-se que perca parte dos votos que obteve em 2015. Aí terá buscar novos nichos e apoiamentos emblemáticos.

É POSITIVO o surgimento de novos nomes, mas construir uma liderança é difícil, exige uma série de atributos e sorte. Ayache está tendo coragem de ousar, mas o seu discurso será determinante. Igual ao cantor calouro; se errar no tom, dança!

O MESMO! O ex-governador André ocupando espaços, atrai a mídia e capricha nas colocações pronominais. Foi a presença surpresa na posse da Acrissul; até conversou com Jonathan Barbosa com quem as relações estavam estremecidas. Só ele.

DE PLANTÃO? Dependendo do quadro, dos candidatos e da situação administrativa da capital, André poderia mudar o discurso. Esperto, se posta de articulador do PMDB mas aproveita para observar. Mais que provado: não é adepto da ociosidade.

JANELA PARTIDÁRIA É proposta de emenda a Constituição; precisa da aprovação de 1/3 do Senado, onde os pequenos partidos não tem tanta força como na Câmara. Os grandes partidos não tem interesse nela e hoje seria reprovada.

O MOMENTO político é de expectativa no Planalto por conta da guerra entre Eduardo Cunha e Dilma. Os desdobramentos são imprevisíveis, mas pode contaminar algumas votações no Senado, entre elas a abertura da ‘janela da salvação’.

O RELÓGIO De olho nele, os deputados Beto Pereira, Elizeu Dionízio e Marcos Trad querem mudar de partido para viabilizar seus projetos pessoais. Sem essa janela, terão recorrer à justiça, morosa e complicada. Aí nada é garantido.

O ENTRAVE O dinheiro dos depósitos judiciais e administrativos que os Estados e municípios poderão usar por força da Lei Complementar 151, pode ser barrado pelo STF que analisa a ADIN proposta pela Associação de Magistrados Brasileiros.

AS RAZÕES: Para a entidade, esse dinheiro dos depósitos, se repassado aos Estados e Municípios, na forma prevista, não teria garantida a sua devolução no prazo desejado, obrigando a parte prejudicada recorrer ao Judiciário. Mais um pepino.

O PLANALTO faz cortesia aos Estados e municípios com o dinheiro que não é seu e que um dia voltará aos donos. Aliás, o Governo Estadual torce para que essa medida seja implementada reforçando seus cofres. Uma chuva em plena estiagem.

PREOCUPAÇÕES Por onde passa ele agrada. Mas Azambuja sabe: não se governa só com discursos. A retração econômica pode azedar esse 2º semestre com direito a 13º inclusive. Sem contar os inevitáveis movimentos por reajustes salariais.

DESAFIOS Pagar fornecedores, dívidas de empréstimos, salários, duodécimos aos poderes, garantir dinheiro das emendas parlamentares, investir em obras/ações e pagar precatórios. Pela lista a gente conclui: governar o Estado não é fácil.

‘LEGAL’ Dilma ferra a maioria dos patrões com o aumento da carga tributária e poupa a indústria automobilística. É a compensação pelas doações delas – por baixo do pano – aos políticos nas eleições? A ‘Lava Jato’ deve comprovar essa barbaridade.

SOMBRIAS as previsões. Até funerárias estão demitindo. Pode? Se supermercados (vendem comida) enxugam o quadro e fecham mais cedo, o que esperar com aumento de impostos? E o governo continua gastando adoidado. Quanta incoerência.

AS PLACAS de ‘aluga-se ou vende-se’ resumem bem a situação do brasileiro que busca as duas saídas para tentar resolver seus problemas. E as taxas de juros estão nas alturas confirmam que aquela ‘marolinha do Lula’ virou tsunami.

NA CAPITAL A interpretação do quadro prefeitural varia segundo as conveniências e a ótica de análise. Para alguns – quanto pior, melhor! Há dois aspectos: o político que envolve a Câmara e o de ordem legal à cargo do Judiciário. Complicado.

SUSPENSE A decisão do Tribunal de Justiça sobre a volta de Bernal tem motivado comentários. Afinal, ele foi o estopim de tudo isso que temos aí. As comparações entre o passado e o presente são inevitáveis. O povo pagando pelas suas escolhas.

“Quando a gente atingir a meta, nos dobramos a meta.” ( Presidenta Dilma)

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