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Manoel Afonso

Vem aí as eleições mais caras da história

Manoel Afonso | 27/05/2022 08:03

1-DESCULPAS: Elas não faltam para tentar justificar o desinteresse pela política. Algumas são aceitáveis. Neste rol eu incluiria o argumento da venerada Madre Tereza de Calcutá. Ao ser questionada por sua postura se defendeu: “Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá”.

2-DESCULPAS: A imagem do ambiente político passado diariamente pela mídia talvez seja uma forte razão para esse distanciamento. Não por acaso, 70% dos eleitores não lembram em quem votou um ano depois de cada eleição. Se não lembra, é prova de que não teve interesse em acompanhar a atuação do político que recebeu seu voto.

RENOVAÇÃO:  Apesar de difundida ela não ocorre. Pelas suas regras o sistema  beneficia quem já participa da política, inibindo o ingresso dos novatos. Além disso, os partidos abarrotados de recursos, são grandes financiadores de campanha. A tendência é que as siglas patrocinarão aqueles que já estão no poder e usam a máquina pública.

CACIQUES & PARTIDOS: Eles se protegem como podem. Uma das defesas é proibir as candidaturas independentes ou avulsas, obrigando a filiação partidária 6 meses antes da eleição. Apesar dos apelos dos partidos para atrair gente nova, no fundo a intenção é só usar os novatos como degraus das ‘escadas’ para eleger seus preferidos. Nada mais.

VALE REPETIR: Esse festival de partidos e candidatos floresceram graças a generosa legislação que encheu as suas ‘burras’, que fará destas eleições as mais caras da história.   Além de legislar em causa própria na agenda eleitoral, o futuro congresso fará refém de seus interesses o próximo presidente da república, independentemente de quem seja. O legislativo será o mais forte dos 3 poderes.

COFRES CHEIOS: Para acabar com o peso do financiamento empresarial das campanhas, (que ocorre desde 2017), serão gastos R$ 5,96 bilhões nestas eleições, sendo R$ 4,9 bilhões para as campanhas e R$ 1,06 bilhão para o Fundo Partidário. E será que apesar dessa fortuna a ser literalmente torrada, o país melhora? D u v i d o!

REPASSES: União Brasil R$ 770 milhões, PT R$ 482,6 milhões, MDB R$ 356,7 milhões, PP R$ 338,6 milhões, PSD R$ 334,2 milhões, PSDB R$ 314,1 milhões, PL R$ 283,2 milhões, PDT R$ 248,2 milhões, Republicanos R$ 242,1 milhões, Podemos R$ 187,7 milhões, PTB R$ 112,2 milhões, Solidariedade R$ 110,8 milhões, PSOL R$ 97,5 milhões, PROS R$ 89,2 milhões, Novo R$ 87,7 milhões.

SEGUINTES: Cidadania R$ 86,2 milhões, Patriotas R$ 84,3 milhões, PSC R$ 79,9 milhões, PCdoB R$ 74,5 milhões, Rede R$ 68,1 milhões, Avante R$ 67,6 milhões, PV R$ 49 milhões, PTC R$ 22,5 milhões, PMN R$ 13,7 milhões, DC R$ 9,3 milhões, PCB R$ 2,9 milhões, PCO R$ 2,9 milhões, PMB R$ 2,9 milhões, PTR R$ 2,9 milhões, PSTU R$ 2,9 milhões, Unidade Popular (UP) R$ 2,9 milhões.

DO LEITOR: “ (-)...Enquanto foram duplicados só 125 kms da BR 163, faltando ainda 328 kms para serem concluídos em MS, no vizinho Mato Grosso a Odebrecht Trans Port  entregou todo o trecho duplicado em agosto de 2021. O drama agora tem o agravante do risco do aumento da taxa de pedágio. O fato - agrava nosso complexo de inferioridade política em relação a Cuiabá”.

MUDANÇAS: Fenômeno mundial. A pandemia aumentou o peso da concorrência dos sites ou ‘camelódromos virtuais’.  Nos ‘USA’, os shoppings estão deixando de ser templos de consumo para virarem espaços de passeio. Os encargos dos espaços físicos e os impostos tornaram os negócios inviáveis. E qual foi a última vez que você foi ao shopping?

CUTUCADA: O pré-candidato Marquinhos Trad (PSD) observa que a geração de empregos da indústria Suzano à população de Ribas do Rio Pardo é ínfima. À ela estariam reservadas apenas atividades com salários baixos. Diz que a empresa deveria qualificar os trabalhadores locais para competirem em igualdade de condições com os profissionais vindos de fora.

ESTILOS: Cada postulante a Governador tem o seu; sutil, irônico ou técnico. Pesam vários fatores no comportamento em situações e ambientes diferentes. A longo da campanha é possível que – olhando as pesquisas – façam correções. Mas nesta fase há o cuidado em evitar críticas diretas a concorrentes por causa de possíveis alianças no 2º turno. Todos corteses.

OPINIÃO: O primeiro contato do eleitor com o candidato é importante. Cabe ao último se posicionar no mesmo patamar do eleitor, sem formalidades que possam intimidá-lo. Simplicidade e paciência de ouvir o eleitor formam um binômio fundamental nesta hora. Aliás, os grandes políticos mineiros sempre cultivaram a arte de saber ouvir.

FALAR: É o que mais o eleitor gosta de fazer nestas ocasiões. Quer contar sua vida, sucessos e fracassos. Aí o candidato não pode ter pressa ou tentar contestar o eleitor. Afinal, é a sua grande chance dele (eleitor) se expor, fato marcante para sempre em sua existência. Candidato apressado, dono da verdade, não sensibiliza, nem agrada.

POR FORA: Impressiona a ignorância da ‘grande imprensa’ e maioria das lideranças partidárias nacionais quanto a realidade política em Mato Grosso do Sul. No caso das pretensões da senadora Simone Tebet (MDB) há total desconhecimento da cúpula do MDB quanto ao atual peso dela no cenário e no partido de MS. Ora! Por mérito, as decisões passam pelo ex-governador Puccinelli. A batuta está com ele faz tempo.

CONVENHAMOS:  A senadora Simone tem se mantido afastada do cotidiano político estadual. Tem sido ausente nas relações políticas e eventos de cidades importantes, onde foi votada. Pior, ‘bolsonaristas’ não a perdoam pela sua atuação na ‘CPI da Pandemia’. E mais: seu marido, deputado licenciado Eduardo Rocha (MDB) ocupa cargo de Secretário de Governo na administração de Reinaldo Azambuja (PSDB).

EM NOME DE DEUS: A pré candidata Rose Modesto (União Brasil) é notável liderança evangélica, fato incorporado as suas pretensões eleitorais. Sergio Harfouche (Avante) procurador de Justiça desincompatibilizado do cargo em 2 de abril, é o seu nome  para concorrer ao Senado.  Outro cidadão evangélico, agricultor Alberto Schlatter (Podemos) de Chapadão do Sul, concorrerá a 1ª suplência do Senado. Amém!

A COLHEITA: Também na política vigora o ditado de que ‘a colheita é proporcional ao plantio’. É o caso do ex-governador paulista João Dória. Atropelou os ditames da ética, foi ingrato aos seus padrinhos na vida pública e ao final só restou-lhe escolher entre a corda e a árvore. Não fará falta ao cenário político. A boa política agradece.

1-LULA: “O país está pronto para 10% da população. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida em que nenhum lugar no mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta o padrão de vida que não tem na Europa.. ( ). Aqui na América Latina, a classe média ostenta um padrão de vida acima do necessário”.

2-LULA:  Mas na prática a vida do ex-presidente, a realidade, é diferente do discurso. O aluguel da casa (avaliada em R$ 4 milhões) chega a R$ 25 mil e às vésperas de seu casamento foi constatado o descarte de vinhos portugueses e italianos que variam entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. Uma delas foi presente de Rubens Ometo, envolvido na Lava Jato e que pelo visto mantém boas relações com o ex-presidente. E segue a galopeira.

Ponto final:

“Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá”.  (Madre Tereza de Calcutá)


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