Ambulantes da orla do aeroporto concretam calçadão e até canteiro público
Vendedores concretam piso para instalar barracas onde era gramado para marcar espaço no local
A reclamação que chegou na redação do Campo Grande News neste domingo (29), é no mínimo, inusitada. Uma pessoa que estava passando em frente à orla do aeroporto identificou um homem concretando o gramado e não gostou. A reportagem foi até o local e conversou com os vendedores ambulantes, que deram um ‘jeitinho’ de melhorar o local de trabalho.
O homem, que concretou em um dia um pedaço do canteiro, não quis se identificar. O ponto fica quase em frente ao cruzamento da Avenida Duque de Caxias com a Rua Brasília e é utilizado pelo rapaz de 28 anos para montar sua barraca de brinquedos de plástico como espadas brilhantes e bolinhas de sabão.
“Cansei de pedir a ajuda da prefeitura para melhorar o local. Não fizeram nada, então fizemos nós mesmos”, resumiu.
Dona Ivonia Valente, 42 anos, vendedora de churros e doces, foi além. Ela investiu R$ 1 mil para aterrar a ribanceira que fica em frente à pista de decolagem e aterrissagem de aeronaves. Também colocou grama e pedras para nivelar melhor o chão.
“Estou há quatro anos no local e cansei de tentar regularizar a minha situação com o município. Tentei alvará, pedi banheiros químicos e nada. Decidi investir em melhorias em dezembro do ano passado, porque apareceu uma cobra no meio dos meus clientes”, revelou.
O vendedor de água de coco, Jorge Vilallva, 24 anos, também passou concreto no piso da orla. “Muitos tropeçavam na calçada e se machucavam. Um rapaz caiu e saiu com o nariz sangrando. Acho que quebrou. Depois disso, tampei o buraco com cimento”.
Há 12 anos trabalhando como vendedora de cachorro-quente na orla, Yone Dobre, 46 anos, disse que o grupo que representa os ambulantes insiste ano após ano para conseguir melhorar a estrutura do local.
“Todo ano buscamos banheiros químicos e melhorias na estrutura. Quando não é a grama que está falhada e virando barro, é a calçada que está toda quebrada. Nessa situação cadeirante, ou mãe com carrinho de bebê deixa de vir aqui. Por isso, a gente faz o que dá para fazer, para continuar trabalhando. Tenho medo de perder mais clientes, porque muitos deixam de vir aqui por falta de estrutura”.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura para cobrar um posicionamento em relação às reclamações. O município afirmou que irá encaminhar fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) ainda hoje ao local. Também será feito um levantamento na ouvidoria dos pedidos dos ambulantes feitos anteriormente. O setor só funciona a partir das 8h de segunda-feira (30).
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