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Direto das Ruas

Dono pede doações para trabalhar após camionete de fruta ser incendiada

Vaquinha foi organizada por amigos, preocupados com sustento de Aldo, um personagem da Praça Cuiabá

Guilherme Correia | 11/07/2021 17:22
Camionete ficou totalmente destruída depois do incêndio (Foto: Kísie Ainoã)
Camionete ficou totalmente destruída depois do incêndio (Foto: Kísie Ainoã)

Imagine chegar no único local que garante o seu sustento e o da família há mais de duas décadas e vê-lo incendiado de forma criminosa. Isso foi o que Aldo Bartolomeu de Moraes, de 62 anos, viu ao presenciar a camionete que usa para vender frutas próximo à Praça das Araras, em Campo Grande.

Ele já é um personagem da cidade, com a camionete fazendo parte da paisagem da Praça Cuiabá, na região conhecida como "Cabeça de Boi". Agora, vizinhos e amigos fazem campanha de doação para que "Seu Aldo" consiga voltar à ativa.

Segundo Liliane Recalde da Paixão, de 42 anos, Aldo é um homem trabalhador e simpático, que nunca fez mal a ninguém. "Meu marido morou quase 45 anos na Vila Alba. Conheço muito ele, se você não tem muito dinheiro para comprar fruta, ele deixa você comprar", comenta.

O caso - Segundo boletim de ocorrência, o morador em situação de rua Stewart da Costa Teodorico, de 41 anos, foi preso, apontado como responsável pelo crime. Segundo relato coletado pelo Polícia, Aldo é morador antigo na região e já chegou até a ajudar o suspeito com doações.

“Ele foi preso no local. O seu Aldo foi avisado e viu tudo. Ele chorava e dizia que era o sustento da família dele. Foi de partir o coração. Ele perguntava para o morador de rua que estava no camburão da polícia ‘O que eu te fiz? Você tem alguma coisa contra mim?’”, relembra Liliane.

Dono de bar próximo ao local do incêndio, Roberto diz que falta fiscalização na região (Foto: Kísie Ainoã)
Dono de bar próximo ao local do incêndio, Roberto diz que falta fiscalização na região (Foto: Kísie Ainoã)

Dono de bar na Avenida Duque de Caxias, Roberto Ribeiro, de 68 anos, trabalha lá há 24 anos, relata que viu o incêndio e cobra maior fiscalização em relação aos crimes que ocorrem com frequência nas proximidades.

"Eu vi o fogo ontem a noite, as labaredas subindo. Quando era de tarde, uma pessoa de rua foi lá e quis roubar as frutas dele. Ele pegou uma caixa de morango, aí o Mineiro [apelido de Aldo] foi lá e brigou com ele pegou de volta. Até empurrou ele. Quando foi a noite, começou a ter o incêndio", descreve.

"Acho que agora ele vai precisar de outra camionete pra continuar trabalhando. Ele trabalha ali há muito tempo, sempre vejo ele", finaliza Roberto.

(matéria atualizada às 12h05 de 14 de julho para retirada do telefone de contato de Liliane, a pedido da mesma, por conta do encerramento da campanha)

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