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Direto das Ruas

Em um dia, escola estadual na Capital registra três brigas de alunos

Alunos da Escola Estadual Padre José Scampini têm protagonizado agressões dentro e fora da unidade

Guilherme Correia | 24/06/2022 08:40

Em um dia, ao menos três brigas foram registradas entre estudantes na Escola Estadual Padre José Scampini, que fica na Rua do Pôrto, no Coophavila II, em Campo Grande. No vídeo acima, dois estudantes se agridem no meio da rua, um deles cai no chão e leva vários socos no rosto. Uma motociclista que passava pela via desce e ajuda a separar os adolescentes.

Mãe de um aluno, de 17 anos, a diarista Ana Souza, 33, relatou nesta manhã (24), por meio do canal Direto das Ruas que os vídeos circulam entre alunos e pais, o que motiva diversas inseguranças em mandar os filhos para o estudo. "Lá é todo dia, briga de manhã, tarde e de noite. Várias mães já estão com medo de mandar os filhos para escola, com medo deles serem envolvidos em brigas, por causa de colegas."

"Ontem nem mandei meu filho, por medo de alguns meninos. Você não pode nem olhar que já quer te bater. Tenho medo do meu filho acabar apanhando na escola."

As outras imagens são de uma discussão entre dois jovens, na hora do intervalo, em frente à sala da secretaria da escola. Em meio a diversos colegas, eles se encaram e vão para outro lado do pátio, longe da câmera que filmava. Assista:

No terceiro registro, duas alunas uniformizada discutem do lado de fora da unidade. O mesmo colégio teve briga de duas adolescentes em um corredor, no início de abril, com diversas agressões.

Violência nas escolas - Após meses longe das escolas, por conta da pandemia de covid-19, alunos da REE (Rede Estadual de Ensino) retornaram ao ensino presencial, neste ano, e acumulam diversos episódios de violência.

Em março, duas alunas da Escola Estadual Teotônio Vilela foram flagradas brigando dentro da sala, derrubando carteiras, mesmo durante aula do professor, que nada fez. A direção desta unidade reforçou a proibição do uso de celular entre os estudantes, sob justificativa de tentar coibir as agressões.

Na Escola Estadual José Mamede de Aquino, localizada na Rua Heitor Vieira de Almeida, no Jardim Aeroporto, alunas trocavam socos e uma funcionária tentou separar o conflito. O vídeo foi divulgado ontem (23) pelo Campo Grande News.

No fim de março, vídeo revela briga entre estudantes dentro da sala de aula na Escola Estadual Orcírio Thiago de Oliveira, localizada no Jardim Paulista, com adolescentes trocando socos e empurrões até caírem no chão.

Outra briga entre estudantes em frente à Escola Estadual Lino Villachá, no Nova Lima, foi registrada, mesmo nas proximidades de base comunitária da Polícia Militar.

A SED (Secretária Estadual de Educação) foi procurada pela reportagem para, novamente, se posicionar sobre a escalada de violência entre alunos da Rede Estadual. No entanto, até a publicação desta matéria, não respondeu. O espaço segue disponível para informações.

Em nota enviada à imprensa, neste ano, a pasta afirmou que repudia qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas.

"Para coibir situações que envolvam agressões por parte dos estudantes, em especial no ambiente escolar, a SED, por intermédio da Coped (Coordenadoria de Psicologia Educacional), trabalha com uma série de ações, realizadas em parceria com as unidades escolares da Rede Estadual de Ensino", disse a secretaria.

Ainda segundo a SED, entre as ações adotadas, está a disponibilização de cartilhas voltadas para orientação dos gestores e equipes escolares sobre bullying, apoio aos gestores escolares na identificação de situações de vulnerabilidade, promoção de espaços para diálogo entre estudantes e profissionais das escolas da REE, entre outras tratativas.

A secretária Maria Cecília Amêndola da Motta chegou a declarar, em coletiva, que a pandemia “exaltou os ânimos” dos estudantes e que a REE estava em processo de contratar psicólogos para acompanharem a situação.

“Os estudantes voltaram para um novo momento para reeducação e ressocialização. Eles ficaram dois anos separados e agora, voltam a conviver com um monte de gente perto. Então, é preciso uma reorganização da escola, num sentido de rever os laços entre eles. Estamos tentando ajudar com cursos e na comunicação. Se a pandemia influenciou a gente, imagina um estudante com essa idade, precisamos trabalhar bastante.”

Direto das Ruas - A sugestão de reportagem chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

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