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Direto das Ruas

Epidemia de dengue preocupa moradores que convivem com terrenos abandonados

Moradores dos bairros Universitária/Cohab e Jardim Nossa Senhora do Perpétuo Socorro relataram sofrer com condições dos terrenos

Izabela Sanchez | 16/03/2019 15:09
Terreno abandonado na Rua David Correa Leite, no Universitária (Foto: Direto das Ruas)
Terreno abandonado na Rua David Correa Leite, no Universitária (Foto: Direto das Ruas)

Campo Grande vive uma epidemia da dengue. Entre os dias 1 janeiro e 1 de março a Capital registrou 7.530 notificações da doença, com 9.154 casos confirmados. Apenas em fevereiro foram 4.514 comunicados, uma média de 160 por dia. Houve uma morte confirmada por dengue e uma segunda está sob apuração. Apesar desse cenário, terrenos abandonados e cheios de sujeira alastram-se pela cidade.

É o que reclamaram dois moradores dos bairros Universitária/Cohab e Jardim Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O profissional autônomo Leônidas Gonçalves, 60, convive com o que chamou de “matagal” na Rua David Correa Leite. O terreno da Prefeitura é extenso, sujo, com lixo e água e fica em frente à casa onde vive.

“Sou morador aqui do Conjunto Cohab, olha a situação aqui do cruzamento da Guaicurus com a marginal Bálsamo. Aqui tinha família, a prefeitura demoliu tudo e tirou. Ó o que aconteceu aqui, ó o matagal, cheio de dengue, cheio de mato, de escorpião e muito mais, não dá pra viver com essa situação mais, dá uma olhada aqui, pedimos ajuda”, disse.

Conforme explicou Leônidas, vizinhos já foram diagnosticados com a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti.

Sujeira no terreno da Prefeitura (Foto: Direto das Ruas)
Sujeira no terreno da Prefeitura (Foto: Direto das Ruas)
Água também acumula-se no local (Foto: Direto das Ruas)
Água também acumula-se no local (Foto: Direto das Ruas)

Já na Rua Graciana Maria do Rosário, no Jardim Nossa Senhora Perpétuo Socorro, o advogado Kevin Haudrey de Oliveira, 27, divide a vizinhança com uma série de terrenos abandonados. Ele afirma nunca ter visto os proprietários realizarem a limpeza dos locais.

“São grandes focos de mosquito da dengue, residência de ratos, cobras e aranhas que dia após dia invadem as nossas casas. Na última foto da para perceber que o mato já sta invadindo o terreno do vizinho que por várias vezes teve que tirar do seu bolso para concertar a cerca elétrica, tendo em vista o desleixo do dono deste terreno murado”, afirma.

Os terrenos baldios, conta ele, nunca foram limpos. “Com uma epidemia de dengue se alastrando pela nossa cidade, cria em nós uma extrema preocupação com estes locais que não possuem os cuidados adequados. Nós moradores já até informamos a defensoria pública do meio ambiente, porém, nada fizeram. Já encaminhamos o ocorrido para a prefeitura e até agora nada. Estamos sem esperança de que um dia isso será resolvido”, contou.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que as equipes de fiscalização da pasta são responsáveis por autuar os proprietários dos terrenos. As equipes, disse, podem tirar fotos e elaborar laudos. As denúncias podem ser realizadas por meio do número 156.

Conforme a assessoria de imprensa, uma vez identificado o imóvel/lote urbano sujo o proprietário será notificado para realizar a limpeza. Essa notificação, diz, é enviada via Correios por Aviso de Recebimento (A.R.). Após o recebimento do A.R. o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para o cumprimento da mesma.

Um dos terrenos baldios na Rua Graciana Maria do Rosário (Foto: Direto das Ruas)
Um dos terrenos baldios na Rua Graciana Maria do Rosário (Foto: Direto das Ruas)
Moradores afirmam que os locais nunca foram limpos (Foto: Direto das Ruas)
Moradores afirmam que os locais nunca foram limpos (Foto: Direto das Ruas)

Transcorrido o prazo, o agente fiscal da Semadur retorna ao local para vistoria. Se a notificação for cumprida, o proprietário é multado de acordo com o Código de Polícia Administrativa do Município Lei n. 2909, Artigo 18-A. A multa neste caso varia entre R$ 2.339,00 e R$ 9.356,00.

Já a responsabilidade dos terrenos municipais, afirmou, é da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). Segundo a Semadur, até agora, em 2019, mais de 1200 proprietários já foram notificados. Em 2018 esse número chegou a alcançar 6 mil.

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