Falta de leitos na Capital faz filha temer que mãe tenha pé amputado
Unidades específicas para pessoas com diabetes estão em falta na cidade
A dona de casa Ivone Aparecida Domingos, de 67 anos, precisa ter um dos dedos do pé amputado, por conta de problemas de circulação, mas falta de leitos especializados para pessoas com diabetes em Campo Grande - como é seu caso - tem impedido com que o procedimento seja realizado.
Ela foi internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, com muitas dores, e aguarda ser transferida para a Santa Casa de Campo Grande ou Hospital Universitário, mas está impedida devido a inexistência de estrutura. A família teme que a demora faça com que ela tenha de amputar todo o pé.
Ela já precisou amputar um dos dedos do membro inferior, por conta do mesmo problema, e a filha, a dona de casa Rosana Domingos, afirma que isso só aconteceu também devido à demora na transferência. “Foi amputado o dedo dela por negligência médica, porque precisava mandar mais rápido para o hospital e não mandaram. Quando conseguiram vaga, já estava podre o dedo e teve de amputar.”
A paciente é hipertensa e se internou há cerca de dois meses, por conta do agravo de saúde. "Ela tomou medicamento, voltou para casa e retornou à unidade de saúde cerca de 15 dias depois. Ontem, sentindo muita dor e o médico falou que o dedo estava necrosado e precisa de cirurgia. Mas só com médico especialista em pessoa diabética, porque não pode pegar infecções.”
“No posto do Jardim Leblon, estão fazendo o que podem, mas não podem fazer mais nada, porque ela é diabética e precisa de especialista. Não conseguem vaga nem na Santa Casa de Campo Grande nem no Hospital Universitário. O leito dela é especial porque não pode ter infecção.”
Ela entrou com pedido na Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e aguarda posicionamento. Procurada pela reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a paciente encontra-se em processo de regulação aguardando disponibilidade de leito.
“Para esse tipo de atendimento a paciente pode ser direcionada a ala de clínica médica, endocrinologia ou até mesmo vascular. No entanto, a alta demanda de emergência clínicas faz com que haja uma espera maior para atendimento”, informou a secretaria.
“Ela está sentindo muita dor e o dedo está podre, está ‘roxeando’ a perna dela. Ela tem pressão alta, cheia de problemas, está muito preocupada e não tem previsão de conseguir vaga para ela”, finaliza Rosana.
A pasta municipal também ressalta que está em tratativas com hospitais e serviços conveniados para ampliar a oferta de atendimento e garantir a assistência necessária aos pacientes. O tratamento de pacientes com diabetes é ofertado na Atenção Primária e casos mais graves também são acompanhados na rede especializada. Segundo o município, Ivone faz acompanhamento no CEM (Centro de Especialidades Médicas).
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