Falta de material para exame no HR preocupa família de paciente que teve infarto
Médico disse à família que outros 17 pacientes também esperam por exames no Hospital Regional
A diarista Doralice de Jesus Neres, de 44 anos, está com a mãe, Doralice Maria de Jesus Neres, de 79 anos, internada no Hospital Regional Maria Aparecida Pedrossian, na Capital, desde o dia 15 de fevereiro, e entrou em contato com o Campo Grande News para denunciar a infraestrutura precária do local e a falta de insumos para realização de exames. A espera gerou uma série de transtornos para toda a família.
A idosa deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica, no dia 14 de fevereiro, com dores fortes no peito. Ao ser diagnosticada com infarto, a mulher foi transferida para o Hospital Regional, onde deveria passar por uma bateria de exames, incluindo cateterismo, que não foi realizado por falta de insumos: “Os médicos falam que estão lá dispostos a fazer o exame, mas não tem material, tem mais 17 pessoas na mesma situação esperando, foi o que o médico informou pra gente”.
Há quase uma semana internada esperando pelo exame, a idosa contraiu o vírus da covid-19 durante a internação, o que agravou o quadro de saúde. Outra questão levantada por Doralice é a infraestrutura do quarto onde a mãe está internada, que não é das melhores. “O chuveiro pinga água toda hora, a caixa do vaso sanitário não tem tampa, estou preocupada porque se ela pegar uma infecção, Deus me livre, misericórdia”, conta.
A série de transtornos não para por aí, pois o problema afetou a família inteira. A filha também está com o vírus e, mesmo sem desenvolver nenhum sintoma, está evitando visitar o pai, de 89 anos, para não correr o risco de contaminar o idoso também.
Já a irmã, Miriam Neres, 43 anos, que estava revezando no papel de acompanhante da mãe, acabou contraindo covid também e, agora, está isolada junto com a idosa no hospital. Com ambas as filhas em isolamento, o idoso ficou desassistido.
Outra Irmã, que mora no interior, precisou vir para a Capital para cuidar do homem enquanto a situação não é resolvida. “Minha irmã que mora em Corumbá largou tudo para vir ficar com meu pai, ele não está comendo, está muito triste. A gente evita falar para ele que ela [a mãe] infartou, que está com covid. Ele está numa tristeza só”, resume Doralice.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional, em nota foi informado que "o processo emergencial para compra de contrastes [para a realização de cateterismo] está em andamento. No momento, o HRMS possui seis frascos (contendo 50 ml cada) que estão em medida de contingenciamento, a serem autorizados pela diretoria técnica mediante a gravidade do caso".
Ainda de acordo com a assessoria, o Hospital Regional mantém todos os protocolos de biossegurança ativos, inclusive com recomendações para acompanhantes, quanto às medidas de proteção e prevenção da covid-19. O HRMS informa que irá verificar junto ao setor de manutenção os questionamentos, caso necessário, fazer as devidas correções no local.
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