Ferro-velho a céu aberto gera riscos à saúde e prejudica até o trânsito
Segundo Sesau, a área está no cronograma de inspeção e é constantemente monitorada
Ferro-velho a céu aberto no Bairro Coronel Antonino expõe a vizinhança a risco e atrapalha até o trânsito, segundo vizinhos do local. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), área no cruzamento das ruas Uruguaiana e Rogélio Casal Caminha está no cronograma de inspeção e é constantemente monitorado.
Entretanto, para os vizinhos não há sossego, já que até pelo menos três anos atrás não havia o acúmulo de carros velhos e carcaças na área. O dono do local e sua esposa não quiseram falar com a reportagem e ela se limitou a dizer que “não tem nada aqui que incomode, os vizinhos inventam histórias”, diz, sem querer se identificar.
Mas para quem mora por perto, não é bem assim. Com 62 anos, uma vizinha que preferiu não informar o nome temendo confusão, diz que o dono do espaço “enche a rua de carros nas duas pistas e aí, ao invés de descer e subir tem que escolher quem vai passar”, relatou, reclamando que também para a saúde há problemas, por causa da dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
“Já fui falar pessoalmente com ele (o dono do ferro-velho) e ele fala que está tudo regular e certo, mas ele parece ser problemático, ficamos com medo e já desistimos de resolver”, comenta, reforçando que pelo local ser perto de posto de saúde e escola, a situação aumenta muito o fluxo de veículos. “Fica uma loucura”, relata.
Com 34 anos, outro vizinho diz que acha muito estranho um local aparentemente não registrado como ferro-velho permanecer em área aberta. “Eles não devem ter alvará”, questiona. “Eles (família do ferro-velho) têm dois pitbulls que vivem soltos, a gente morre de medo”, afirmou.
Mestre de obras de 50 anos diz que para o trânsito as carcaças e carros ali atrapalham muito. “Manobrar ali é sempre um problema, porque diminui a área da rua, mas é também um problema para a saúde pública, porque quando chove, acumula água”, lamenta. “Um dia fui passar e um cara bateu em mim porque não dá visão dos dois lados da pista”.
Por fim, uma vizinha de 44 anos diz que já fez reclamação na Sesau, mas que a informação é sempre a mesma: ela é a única a reclamar. “Desisti”, assume.
Respostas - A Sesau diz que os veículos abandonados e sucatas são vistoriados dentro da rotina da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) ou por meio de denúncias. “Há locais que são classificados como pontos estratégicos, como os ferros-velhos, que já são mapeados pelo setor” e que “nestes locais, as ações acontecem quinzenalmente”.
A função do serviço é identificar e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti e evitar que o ambiente se torne propício para a proliferação de outros animais da fauna sinantrópica, como pombos, ratos, mosquitos e até abelhas. “Paralelamente a vistoria, é feita a tentativa de identificação do proprietário para que o mesmo tome as devidas providências para evitar que o material não fique exposto e se torne um potencial criadouro, como a colocação de lonas”.
Por parte da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), ela informa que também atua na fiscalização, “mas em uma eventual ação”, nos casos em que “o veículo se caracteriza como sucata, por exemplo, quando não tiver mais rodas, motor, faróis e bancos”. Caso contrário, o serviço de saúde pública é acionado.
Serviço - Para denúncias de saúde – Disque-dengue - a população pode entrar em contato no (67) 2020-2074 ou pelo WhatsApp: (67) 99230-2359. O horário de atendimento é de segunda a sexta das 7h às 11h e de 13h às 17h. Há ainda o telefone da Ouvidoria da Sesau no 3314-9955. Para demais denúncias pode-se entrar em contato pelo 156.