Moradora fez denúncia, mas cachorro segue abandonado em imóvel com lixo
Animal é alimentado pelos vizinhos desde novembro de 2024; lixo tem atraído ratos e escorpiões
Entulhos, lixo e um cachorro abandonado no quintal. No Bairro Núcleo Habitacional Buriti, um imóvel desocupado tem mobilizado uma moradora que, ao mesmo tempo em que tenta ajudar o animal, precisa lidar com escorpiões e ratos dentro da própria casa.
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Um imóvel desocupado no Bairro Núcleo Habitacional Buriti, em Campo Grande, tem gerado preocupação devido ao acúmulo de lixo e ao abandono de um cachorro no local. A moradora Jéssica Sanabria, que vive ao lado, enfrenta problemas com escorpiões e ratos em sua casa, agravados pelo descaso com a propriedade vizinha. Apesar de denúncias à polícia ambiental, o problema persiste, sem retorno efetivo das autoridades. Além disso, o responsável pelo imóvel não é visto desde 2024, deixando a situação sem solução aparente.
A sugestão foi enviada para o canal Direto das Ruas nesta sexta-feira (14). Jéssica Sanabria, de 25 anos, mora ao lado da residência que está vazia desde 2024 e sem receber manutenção adequada do responsável.
Ela relata que mora na rua há três anos e, durante todo esse tempo, a casa nunca teve um morador, mas era frequentada por um homem. “Na verdade, é um depósito de lixo desse cara. Ninguém mora no local, só que eu via movimento direto e percebi que, desde novembro, não vejo ninguém por lá”, afirma.
Por conta da madeira e do lixo descartado no quintal, ela fez algumas denúncias sobre o caso. No entanto, a situação ganhou um novo rumo após dois animais serem abandonados na residência vazia. “Não demorou muito e ele sumiu do local, deixando dois cachorros na casa, um de porte médio e um pequeno. O menor não sei que fim tomou, sei que, há uns dias, estava podre de carniça”, relata.
Vídeos enviados para o canal Direto das Ruas mostram o cachorro de porte médio, sem raça definida, sozinho no quintal. Pela filmagem, não é possível ver potes de água ou de ração. Em outro trecho do vídeo, aparecem os entulhos de madeira mencionados pela moradora.
Nos últimos meses, Jéssica tem alimentado o cachorro pelo portão e pelo muro. Além dela, outra moradora também tem ajudado o animal. “Ele chora dia e noite. No início, era super bravo. Agora, qualquer um passa a mão nele, ele não late e, às vezes, nem levanta do lugar”, conta.
Para relatar o caso de abandono animal, ela fez denúncias para a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) por e-mail e WhatsApp. À reportagem, apresentou os prints das conversas em que relatou o crime, enviando imagens e o endereço onde o cachorro foi abandonado.
Sobre as denúncias, ela afirma que não obteve nenhum retorno. “Minha queixa é que cansei de denunciar, mandar e-mail, ligar e nada. Vão lá, colocam um aviso no portão, mas isso não resolve, pois ninguém aparece, e esse cachorro continua abandonado”, reclama.
Animais peçonhentos – Devido ao lixo acumulado na residência desocupada, escorpiões e ratos têm aparecido na casa da moradora, que tem uma filha pequena e também um cachorro. “Minha casa está infestada de escorpião, meu forro falta cair de tanto rato e, agora, está dando cupim no muro por causa das madeiras”, relata.
Em outro vídeo enviado para a reportagem, moradores fizeram uma limpeza na frente da residência para remover o mato. O responsável pela casa, conforme Jéssica, não aparece desde 2024 no local.
Em relação ao caso de abandono animal e a denúncia não atendida, a reportagem procurou a Decat, mas não obteve reposta até o fechamento da matéria.
A Prefeitura de Campo Grande também foi procurada a respeito do imóvel desocupado e com entulhos. Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) informou que a manutenção de terrenos baldios e imóveis particulares é de responsabilidade dos proprietários.
"A Prefeitura, por meio da Vigilância Ambiental e da Semades, realiza notificações e aplica multas para garantir a limpeza desses locais. Em áreas públicas, a SiSep é responsável pela manutenção, podendo auxiliar pontualmente em casos de risco à saúde pública em propriedades privadas. Mas ressalta que a manutenção é exclusiva do proprietário".
As denúncias de terrenos baldios, casas abandonadas e locais com acúmulo de lixo podem ser feitas pelo telefone 156. A Sesau também comunicou que a Coordenadoria de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza a instalação de iscas raticidas em bueiros e vias públicas de áreas prioritárias, como corredores gastronômicos e unidades de saúde.
"Antes da aplicação, equipes identificam a espécie do roedor para garantir um controle seguro e eficaz. O CCZ reforça que a presença de ratos está ligada à disponibilidade de alimento, água e abrigo, destacando a importância da participação da população na manutenção da limpeza urbana".
Para mais informações, o CCZ atende pelos telefones: (67) 3314-5001 / 3314-9504 / 3314-5000 / (67) 2020-1796 (WhatsApp)
*Matéria editada às 16h14 para acrescentar a reposta da Sesau
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