Motel abandonado “assombra” vizinhos há mais de dez anos
Resquícios do que foram suítes luxuosas se transformaram em dor de cabeça e curiosidade para quem mora nas redondezas
Entre leilões cancelados e esquecimento, a estrutura abandonada do Motel Bodoquena tem passagem livre para quem deseja entrar. Espalhados em 35 mil metros quadrados, os antigos apartamentos servem de esconderijo e focos de mosquitos, notadamente após a chuvarada das últimas semanas. O terreno está localizado na Avenida dos Cafezais, cruzamento com Gury Marques, na Vila Cidade Morena.
Incomodado com o "vizinho problema", um dos primeiros moradores do condomínio Patrícia Galvão, que fica ao lado, já nem se lembra de quando foi a última notícia sobre mudanças por ali. Motorista, Valmor Menezes Gomes, de 53 anos, se mudou para a Avenida dos Cafezais em 2008 e o prédio já estava lá, desocupado e abandonado.
Qualquer um entra no local e vê os escombros do motel. Por isso, o mínimo cobrado pelos vizinhos são muros. De acordo com Valmor, pessoas se aproveitam dos restos de 40 apartamentos para dormir, se esconder e conseguir entrar no condomínio ao lado para furtar.
Caminhar perto das entradas na Avenida Gury Marques não é problema tão gritante porque há tapumes cercando o prédio, diferente da via lateral que preocupa, aberta para entrada. “Muita gente passa por ali na Avenida dos Cafezais, imagina se alguém puxa uma pessoa para esse lugar abandonado”, explica o motorista.
Água acumulada - Além dos apartamentos, a propriedade também possui estruturas que eram utilizadas como cozinha, almoxarifado, escritório, lavanderia e depósito. Hoje, apenas os quartos são de fácil identificação.
Com a chuva, o que parece ter sido banheira de hidromassagem volta a ficar cheia, mas misturada com terra e papelão. A situação causa mais uma preocupação aos moradores do bairro: possíveis focos para mosquito da dengue.
Já acostumada com a presença do prédio vizinho há onze anos, a síndica do Condomínio Patrícia Galvão, Nadyelle Deboleto, de 35 anos, diz que a quantidade de insetos aumenta constantemente. “Nós como condomínio não temos muito que fazer, ali é cheio de mato e fica propício para bicho”, reclama.
Esperança de retomada – Uma equipe não uniformizada teria ido ao local nesta terça-feira (26) para retirar partes da vegetação, de acordo com outro morador do residencial. Moacir Batista dos Santos, de 59 anos, explica que ultimamente há boatos de compra do espaço por uma empresa de grande porte.
“Não vejo mais problema no motel, ele está aí há tanto tempo. O problema é quando chove, mas tem gente mexendo por ali, deve ter mudança em pouco tempo”, disse com curiosidade.
Questionada sobre os problemas de abandono do prédio, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande informou que houve realização de vistoria no prédio durante o fim de 2019. “Foi feito todo o trabalho de manejo e bloqueio com eliminação de potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti e focos”.
Ainda conforme a resposta da assessoria, o imóvel está dentro do cronograma permanente de inspeções e o proprietário foi notificado para tomar as medidas necessárias.
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