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Capital

Três meses após matar mãe, réu escolhe o silêncio diante do juiz

Diego Pires de Souza, de 37 anos, é acusado de matar a mãe com golpes de pá em dezembro de 2024

Por Clara Farias e Geniffer Valeriano | 08/04/2025 17:35
Três meses após matar mãe, réu escolhe o silêncio diante do juiz
Diego Pires de Souza, de 37 anos, sendo conduzido por policial (Foto: Paulo Francis)

Durante a primeira audiência da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o réu Diego Pires de Souza, de 37 anos, acusado de matar a mãe, Mariza Pires, com golpes de pá na cabeça, resolveu ficar em silêncio. A situação afligiu os quatro irmãos que estiveram presentes para acompanhar. O crime ocorreu em 27 de dezembro de 2024, na Rua Paulo Hideo Katayama, no Parque Residencial União.

Na audiência, foram ouvidos dois policiais militares e três testemunhas do caso. Ao Campo Grande News, o irmão de Diego, Alfredo Gomes Neto, de 31 anos, contou que esta é a primeira vez que os quatro irmãos estavam vendo Diego após o crime. Segundo ele, os quatro escreveram cartas para entregar ao rapaz. Nelas, eles questionam o motivo do crime.

"Assistir à audiência foi bem difícil por ser a primeira vez que vemos ele e tudo mais, mas a gente esperava ouvir da parte dele o porquê ele fez isso. Esse silêncio é o que acaba nos deixando mais angustiados", descreveu Alfredo.

Uma das testemunhas do caso, o técnico em telecomunicações, contou que viu Diego carregando uma pá a cerca de duas quadras de onde o crime aconteceu. Segundo o técnico, ele havia ido ao salão de festas de seu pai realizar a limpeza do local e, quando foi levar um dos trabalhadores em casa, viu Diego na rua.

Três meses após matar mãe, réu escolhe o silêncio diante do juiz
Alfredo Gomes Neto, de 31 anos, em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Paulo Francis)

No dia seguinte, ao ver as notícias sobre a morte de Mariza, o técnico ligou para Alfredo para informar que havia visto Diego carregando a arma do crime. "Fomos procurar a pá e encontramos duas quadras para frente, jogada no meio do mato. Não estava escondida", declarou o homem durante depoimento.

Alfredo ainda relatou que, no dia anterior ao feminicídio, estava com a mãe e tudo estava tranquilo. "Ele entrou em contato e, bem provável, para insinuar que foi um acidente e que ela caiu, mas os próprios bombeiros viram que ela foi agredida", detalhou.

Segundo ele, a relação do irmão com a mãe era bastante conturbada. Os dois discutiam muito e o rapaz não obedecia. "Provavelmente por conta de uma discussão, ele pode ter chegado a um limite e ido para cima dela. Ele agredia muito verbalmente, xingava, gritava, mas a gente não esperava que ele chegasse a esse ponto de agredir mesmo", lembrou Alfredo.

Três meses após matar mãe, réu escolhe o silêncio diante do juiz
Mariza foi morta pelo filho em novembro de 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

Crime - Investigação da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) aponta que Diego Pires de Souza, 36 anos, utilizou uma pá para matar a própria mãe, na noite de sexta-feira (27). Mariza Pires, 66 anos.

Conforme explicou a delegada Analu Ferraz, no sábado as equipes foram acionadas porque, próximo à residência da vítima, foi localizada uma pá com marcas de sangue. “Possivelmente essa pá teria sido utilizada para cometer o crime. A perícia foi acionada, fez a coleta dessa pá, ela já foi submetida à perícia. Pegamos imagens do local que mostram o autor indo levar a pá”, explicou.

Segundo a delegada, Diego optou por ficar em silêncio no momento de seu interrogatório, mas teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. “Estamos construindo elementos firmes de convicção do Ministério Público para que ele seja denunciado e responda pelo feminicídio”, disse Analu.

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