Mulher espera vaga em UPA 3 dias e ainda precisa pagar por exames

Cansada de esperar três dias por regulação de vaga para transferência, uma paciente precisou deixar UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e buscar tratamento por conta própria. Segundo Elizandra Araújo, de 47 anos, além de ficar três dias esperando no local, falta estrutura mínima para aqueles que aguardam serem transferidos.

Em primeiro atendimento, Elizandra foi informada que precisaria permanecer na unidade de saúde até que fosse aberta uma vaga para a transferência, porém até a tarde da segunda-feira (24) ela ainda estava aguardando por uma vaga. “Estou esperando desde sábado à noite e nada, teve pessoas que chegaram antes de mim e já foram transferidas", disse.

Outro incômodo apresentado pela mulher foi a ausência de visita médica, além de se tornar dependente de outros durante esse período. “O problema é que não tem quem traga comida, ficamos dependentes e nem todos tem quem possa trazer. Outra coisa é que os médicos vem em tudo que é cama, menos a minha, se é para tomar dipirona eu tomo em casa”, conta indignada.

Ao entrarmos novamente em contato com Elizandra na tarde desta terça-feira (25), ela nos informou que deixou a UPA na noite de ontem. Hoje ela realiza exames em clínica particular, os custos dos exames já beiram o valor de 600 reais, amigos e familiares realizaram vaquinha para custear os gastos.

A estrutura da unidade de saúde também é outra reclamação da leitora. “Você vai no posto do bairro e eles te mandam para o UPA, mas eles não tem estrutura para segurar as pessoas lá por quatro dias. Não tem água gelada, os banheiros da área verde não funcionam ”, finaliza.

Na segunda-feira o Campo Grande News procurou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que informou que a vaga dessa paciente ainda está em processo de regulação e que não há previsão de quando ela será transferida. Ademais, foi relatado que Elizandra está recebendo assistência da unidade e sendo assistida pela equipe, ainda pela parte da tarde ela passaria por avaliação de um neurologista.

Novamente entramos em contato com a Sesau que destacou que não há como estimar o tempo de regulação para unidade hospitalar, pois é dada prioridade para pacientes que estão com o estado de saúde mais agravado. Elizandra  apresentava um quadro estável e estava sendo medicada e constantemente reavaliada por médicos e demais profissionais da equipe de saúde.

Sobre a falta de estrutura da UPA foi dito que a unidade de saúde está no cronograma de reformas e ampliações da prefeitura, passando, assim, por uma reestruturação completa.

(*) Matéria editada às 17h38 para inclusão da resposta da Sesau.

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