Paciente com dois dentes quebrados desde dezembro só deve ser atendido em abril
Falta de compressores segue atrasando consultas odontológicas na rede pública

A falta de compressores continua prejudicando os atendimentos odontológicos nas unidades de saúde de Campo Grande. Desde dezembro, um paciente de 31 anos, com dois dentes quebrados, tenta agendar a restauração, mas os atendimentos seguem sendo remarcados sem previsão de início do tratamento. O caso foi relatado ao Direto das Ruas.
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A falta de compressores nas unidades de saúde de Campo Grande está prejudicando atendimentos odontológicos. Um paciente de 31 anos, com dois dentes quebrados desde dezembro, enfrenta dificuldades para agendar restauração. Após tentativas frustradas, o atendimento foi reagendado para abril, sem garantia de realização. O problema, que afeta mais de 90% dos procedimentos, foi denunciado pelo Sindicato dos Odontologistas. A Secretaria de Saúde promete aquisição de novos equipamentos, mas os trâmites são lentos. Pacientes são orientados a buscar urgência e emergência.
O paciente, que é autônomo e terá a identidade preservada, procurou atendimento na USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Walfrido Ferreira de Azambuja, no Bairro Alves Pereira, no fim do ano passado. Na ocasião, foi orientado a retornar em 10 de janeiro para tentar um novo agendamento. No mesmo dia, acompanhou a esposa, que também precisa de consulta com um dentista, e tiveram os atendimentos marcados para 28 de fevereiro.
“Voltei na data marcada, mas informaram que o consultório não estava atendendo porque o compressor está estragado e não há previsão de conserto. Reagendaram para 23 de abril, mas já avisaram que não sabem se o atendimento ocorrerá, pois a situação do equipamento segue indefinida. Minha esposa passou pelo mesmo problema e o reagendamento dela ficou para maio”, relatou.
O paciente disse ainda que a orientação recebida foi procurar o setor odontológico de urgência e emergência, disponível nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). “Meu caso não precisa de curativo, tô com dois dentes quebrados que incomodam e precisam de restauração antes que chegue ao ponto de não dar mais pra fazer”, afirmou.
Problema recorrente - Em fevereiro, o Sioms (Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul) cobrou uma solução da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre a falta de equipamentos e manutenção inadequada nas unidades. Segundo os profissionais, os problemas com compressores comprometem mais de 90% dos procedimentos odontológicos.
Na época, o presidente do sindicato, David Chadid, explicou que, sem o compressor, a cadeira odontológica fica inutilizável. “Sem o funcionamento do compressor, não há como usar a seringa tríplice, o sugador e, principalmente, o motor de alta e baixa rotação, o que torna impossível realizar procedimentos como remoção de cáries e restaurações”, detalhou.
Como medida paliativa, a Sesau informou que está encaminhando pacientes para unidades próximas e para os serviços de urgência e emergência. Também houve a realocação de profissionais para unidades onde há cadeiras odontológicas em funcionamento. No entanto, o Sioms ressalta que essa solução não resolve o problema e que as vagas não estão sendo devidamente repostas.
A secretaria afirma que compressores, cadeiras odontológicas, autoclaves, equipamentos de raio-X e ultrassom estão em processo de aquisição com recursos de repasses federais e estaduais, além de portarias de investimentos. No entanto, os trâmites dependem da Secretaria de Compras e seguem os prazos administrativos.
Sobre os relatos enviados nesta quinta-feira (5), a Sesau informou à reportagem que está em processo de compra emergencial para a manutenção corretiva dos compressores de ar das unidades odontológicas da rede, sendo assim, tão logo a situação seja resolvida, os atendimentos odontológicos na USF Alves Pereira serão retomados de forma integral.
"Ressaltamos que os atendimentos que podem ser realizados sem este equipamento estão sendo feitos normalmente e as equipes da unidade estão realocadas em outras salas de odontologia onde há compressores em funcionamento normal", completou.
*Matéria editada às 18h30 para acréscimo de informações.
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