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Direto das Ruas

Policial penal contesta vizinhos após ação da PM: “Não tratei ninguém mal”

Agente nega que estivesse armado na ocasião e que estava dormindo quando a polícia chegou ao local

Adriel Mattos | 28/10/2021 17:26
Agente confirma que houve desentendimento, mas negou que estivesse armado. (Foto: Direto das Ruas)
Agente confirma que houve desentendimento, mas negou que estivesse armado. (Foto: Direto das Ruas)

O policial penal pivô de uma ação da Polícia Militar no Centro de Campo Grande, na segunda-feira (25), contestou a versão de vizinhos em uma confusão que mobilizou quatro guarnições da corporação e agentes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Ele diz que mora na região há dois meses.

O agente penitenciário federal, que não quis se identificar, disse ao Campo Grande News que foi acordado pela polícia por volta das 8h. “Acordei com eles pedindo para retirar meu carro, sendo que estacionei no dia anterior à noite, quando a rua estava vazia”, relatou.

Ele confirma que ficou transtornado durante o episódio, que se prolongou até o início da tarde, mas que em nenhum momento esteve armado, como disseram testemunhas. “Eu não estava com arma. Não ando a pé na vizinhança armado”, garantiu o agente.

O policial contou ainda à reportagem que os militares que o abordaram em sua casa concordaram com ele de que não havia erro de sua parte. “Meu carro estava estacionado antes. Por que não procuraram essas outras pessoas? Não teve desacato. Passei vergonha perante minha família, meu filho e meus colegas de trabalho”, lamentou.

O homem ainda garantiu que gravou toda a situação, mas preferiu não divulgar o material para não envolver os agentes envolvidos na ação. A Agetran o multou em R$ 195,23 por desobedecer ordem do agente e R$ 130,16 por impedir a movimentação de outro veículo.

A PM, por meio de nota, confirmou que foi acionada para uma “suposta situação de vias de fato, porém, não constatada. No local, houve um desentendimento entre vizinhos quanto ao estacionamento na via, que não possui a sinalização adequada”, informou.

Vizinhança difícil - Há dois meses morando no local, o policial penal conta que se assustou quando conheceu uma das vizinhas, a idosa de 65 anos que teria tido os pneus da caminhonete furados. “Estava chegando à noite em casa e ele parou para se apresentar. Disse que morava ali há 20 anos e contou que era dona de imóveis, que contratou segurança e alertou para vandalismo”, lembra.

Ele diz que a conversa durou entre 45 e 50 minutos, e quando se identificou como policial penal, a vizinha pediu o telefone dele para pedir ajuda quando precisasse, o que nunca aconteceu.

Em outra ocasião, duas semanas antes do caso envolvendo a polícia, o agente afirma que a idosa e o marido reclamaram dos carros estacionados pelos convidados do homem, que participavam de churrasco promovido por ele.

A namorada do policial atendeu o casal, enquanto ele cuidava da churrasqueira. “Ela reclamou dos carros estacionados, disse que eu gostava de festas e queria que avisasse meus convidados. Foi aí que o marido desceu do carro e começou a gritar com minha namorada”, disse.

Ele não se envolveu neste episódio por causa da namorada, que preferiu não discutir com os vizinhos. A terceira situação com os vizinhos foi quando o agente confirmou que não iria tirar seu carro.

“Estava lá desde a noite anterior. Denunciaram que estava tendo algazarra na minha casa. Como eles sabem? E que teria gente bebendo na minha casa às 8h. Não tem como afirmar isso, não dá para ver”, questiona.

O agente justifica que preferiu esta postura por não suportar mais o assédio dos vizinhos. “Os policiais concordaram que meu carro estava ali antes, era só procurar quem chegou depois. Passei vergonha, eu não mobilizei quatro guarnições, não promovi um ‘circo’. Não tratei ninguém mal. O que fizeram comigo foi uma sacanagem! Foi um constrangimento para meu filho, minha família”, lamenta.

Ao fim da entrevista, o policial relatou que vai acionar o sindicato de sua categoria para interpelar judicialmente os vizinhos.

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