Protesto pede contratação de docentes efetivos para a UEMS
Professores de três cursos negociam abertura de editais junto à administração. Alunos também se manifestam em frente ao escritório da Universidade
Professores dos cursos de Artes Cênicas, Letras e Geografia da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) fizeram uma mobilização nesta quinta-feira (10) para negociar junto à administração da Universidade a contratação de professores efetivos. A manifestação teve apoio de estudantes, que levaram cartazes para a frente do escritório da UEMS, na rua da Paz, onde ocorreu reunião sobre o assunto.
A reivindicação é antiga, afirmam os manifestantes. Os cursos de humanas, segundo dizem, são os que mais necessitam de profissionais concursados. Segundo eles, a falta de docentes efetivos “trava” uma série de atividades, como por exemplo projetos de extensão ou abertura de curso de mestrado. A UEMS tem 422 professores efetivos e 296 convocados. São cerca de 10 mil alunos matriculados na Universidade.
Quem explicou a situação é a professora de Artes Cênicas, Keyla Oliveira, que participou da mobilização nesta tarde. Conforme afirmou, a Universidade vai publicar edital para contratação de professores efetivos para o curso de Medicina, o que provocou revolta em professores de outras áreas. A publicação, segundo afirmou, deve sair em Diário Oficial na sexta-feira (11) e só ocorreu após a paralisação dos alunos de Medicina, que durou 30 dias.
“Queremos saber qual o critério. Ou é pra todo mundo ou é pra ninguém”, afirmou a professora. Os coordenadores dos cursos de Artes Cênicas, Letras e Geografia se reuniram com o reitor da Universidade, Fábio Edir dos Santos Costa, durante a tarde desta quinta-feira.
Explicações - No local, a assessoria de imprensa da UEMS, informou que a lei eleitoral apresenta impedimentos para que concursos sejam abertos no momento. Durante o encontro, a reitoria comprometeu-se a analisar a possibilidade de publicar o edital ainda este ano, caso haja possibilidade legal.
Professor do curso de Medicina e também do de Letras, Ruberval Franco Maciel, que participou da reunião, explicou que vai ser analisada a possibilidade de usar esse mesmo expediente para os outros cursos, mas que é preciso avaliar o real benefício para os cursos, já que a seleção duraria pouco tempo.
“Vai ser checada essa possibilidade. Além de ver se é bom pro curso um concurso num período tão rápido, porque quando a gente faz um concurso a gente pensa num cenário nacional de atrair professores de vários lugares para vir pra cá, se num período curto isso é possível”.
Sobre o edital do curso de Medicina, a assessoria de imprensa explicou que foi aberto um processo seletivo “abreviado” para vagas de 20h. Este concurso será realizado ainda em 2018, permitindo que os novos efetivos tomem posse no início do ano letivo de 2019.
Durante a reunião também foram explicadas aos docentes as razões que motivaram a antecipação de vagas para os cursos de Pedagogia e Medicina, ambos da unidade de Campo Grande. No caso da Pedagogia, a antecipação se deu por conta do pleito, em andamento, pela criação de um novo curso de doutorado.
Caso as vagas do referido curso não fossem preenchidas, a proposta do doutorado seria inviabilizada. Já em relação à Medicina a conjuntura envolve uma sucessão maior de fatores, dentre o quais se destaca a dificuldade na contratação de professores temporários para suprir necessidades imediatas do curso.
De acordo com a Pró-reitoria de Ensino da Universidade já foram realizados consecutivos processos eletivos para contratação de professores temporários, mas em nenhum deles foi possível atender a demanda para contratação de profissionais habilitados a assumir a docência no Curso.
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