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Direto das Ruas

Surto de ratos preocupa moradores e aumenta venda de armadilhas no comércio

Depósitos renovam estoques e moradores culpam o esgoto

Por Kamila Alcântara | 15/05/2024 17:58
Combo de ratoeiras traz opções de R$ 2,50 a R$ 12 (Foto: Alex Machado)
Combo de ratoeiras traz opções de R$ 2,50 a R$ 12 (Foto: Alex Machado)

Ninguém gosta de receber a “visita” de roedores, mas os moradores do Bairro Tiradentes, em Campo Grande, já estão achando anormal o aumento dos ratos e isso está movimentando o comércio de armadilhas nas lojas de utilidades domésticas. Uma das suspeitas é que os animais chegam pelo esgoto, que começou a ser instalado na região no fim do ano passado.

O empresário Rodrigo Shiguemoto, de 40 anos, mora mais próximo ao Jardim Flamboyant, chegando à Avenida Ministro João Arinos. No grupo de Whatsapp da rua dele, não se fala em outra coisa. Todos disseram ter visto os animais em casa, que saem dos telhados e que nunca tinham enfrentado esse tipo de situação

“Minha esposa e eu vimos de perto na churrasqueira, mas desconfiamos que seja mais de um. Quando fui comprar a ratoeira, a vendedora me disse que toda a região está enfrentando o mesmo problema, a ponto de ter que comprar tipos diferentes de armadilhas para atender a demanda”, disse Rodrigo.

Até agora, o empresário ainda não conseguiu capturar os visitantes indesejados, que conseguem comer as iscas sem serem pegos.

Opções de ratoeiras disponíveis na loja da Roseley Macedo, no Tiradentes (Foto: Alex Machado)
Opções de ratoeiras disponíveis na loja da Roseley Macedo, no Tiradentes (Foto: Alex Machado)

Foi a proprietária da loja que ele comprou que confirmou o caso. A loja da Roseley de Macedo fica em frente a um residencial de apartamentos e, por lá, até as tomadas estão sendo roídas.

“Eu só vendia as armadilhas tradicionais, tinha pouca saída. Do começo do ano para cá a procura aumentou cerca de 70%, tive até que investir no estoque e no tipos de ratoeiras. Os vizinhos relatam que eles sobem até pelo encanamento da máquina de lavar roupas e roem tudo, até as tampas das tomadas e canos”, detalha a vendedora.

Um pouco mais próximo da Lagoa Itatiaia, a loja do Genivaldo Serpa, de 39 anos, já está com o combo pronto. As opções dependem do bolso do cliente, indo de R$ 2,50 a R$ 12.

Opção mais cara, o bloco promete matar toda a ninhada de ratos (Foto: Alex Machado)
Opção mais cara, o bloco promete matar toda a ninhada de ratos (Foto: Alex Machado)

“Os clientes dizem que são daqueles pequenos e com rabo bem grande, que começaram a aparecer há uns três meses. Eles chegam aqui, brincamos com a situação no caixa, mas é uma situação que preocupa e enoja, pois transmitem doenças e incomodam. Tem cliente que apelou até para as armadilhas mais caras, porque os ratos parecem já estar imunes ao veneno tradicional”, compartilha o comerciante.

No almoço do Dia das Mães, foi a família do Luiz Martins, de 87 anos, que se deparou com um camundongo e precisaram se empenhar para matar. “Estávamos todos na área da churrasqueira quando um passou por nós. Tentamos matar, mas fugiu”, conta o aposentado, enquanto a esposa sussurra da varanda que foram necessários “quatro homens para pegar e ainda o rato fugiu”.

Bem humorado, Luiz Martins viu um roedor em casa no último domingo (12) (Foto: Alex Machado)
Bem humorado, Luiz Martins viu um roedor em casa no último domingo (12) (Foto: Alex Machado)

Outras pagas - Já o segurança Fábio Rocha, de 38 anos, ainda não teve o desprazer de encontrar ratos na sua casa, mas percebeu o aumento de baratas e moscas depois que o esgoto começou a entupir.

“As pessoas jogam gordura animal e óleo no esgoto, aquilo endurece e entope toda a rede. É frequente a visita da manutenção para resolver a situação e, desde então, minha casa fica infestada de baratas e moscas. Compramos uns produtos de limpeza mais fortes que, no dia seguinte, só achamos elas mortas no quintal”, relata.

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