Consumidor freia compras e preço da carne bovina começa a cair
Após uma sequencia de altas iniciada no começo do ano, o preço da carne bovina para o consumidor começa a cair em açougues de Campo Grande. Para o pesquisador Celso Correa de Souza, a queda é uma reação do desaquecimento do consumo.
O coordenador do Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) explica que devido aos altos preços da carne bovina, o consumidor começou a migrar para a carne de frango. "Quando falamos de varejo existe um excesso de oferta e falta de demanda. As pessoas estão deixando de comprar carne vermelha devido ao preço e preferindo cortes mais baratos", explica Celso Correa.
De acordo com levantamento do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), o quilo do Filé Mignon caiu 7,55% em agosto e o da Alcatra apresenta queda de 5,25%. "Os cortes mais caros são os que mais estão baixando de preço, justamente por tem menos consumo", comenta.
Diferente dos preços do varejo, Celso destaca que no atacado a perspectiva é que a valorização continue devido ao aumento nas exportações. "O consumo externo está aquecido. Novos países estão abrindo mercado para a carne bovina brasileira e isso aumenta os negócios e consequentemente os preços".
O preço da carne de frango teve alta em agosto, de acordo com o IPC/CG divulgado pelo Nepes. O frango congelado subiu 1,62% e os miúdos 3,69%. "É a reação ao preço da carne. As pessoas estão optando por cortes mais baratos e se o consumo aumenta o produto valoriza", explica o pesquisador Celso Correa.
Levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, revela que as carnes bovina, suína e de frango, apresentam fortes altas no mercado atacadista da Grande São Paulo, neste segundo semestre do ano.
Em agosto, a carne suína (carcaça comum) teve valorização de 20%, a de frango, 16%, e a bovina (carcaça casada), 6%. Com esses reajustes, os preços atuais da carcaça bovina no atacado já superam em 26% o preço médio de agosto do ano passado; no caso do suíno, a carcaça comum está 23% mais valorizada e o frango inteiro resfriado, 5%.
Pesquisadores do Cepea explicam que as valorizações são resultado da oferta relativamente baixa tanto de boi quanto de frango e suíno combinada a demandas interna e externa em bom ritmo. Já que as exportações estão crescentes.