Apesar de chuva e ‘porteiras fechadas’, censo rural atinge 86%
Censo Agropecuário no Estado encerra no dia 28 de fevereiro e resultado final será divulgado em junho de 2018
O período intenso de chuvas em Mato Grosso do Sul e quantidade de porteiras fechadas encontradas na área rural são as principais dificuldades encontradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) durante o Censo Agropecuário, que voltou a ser realizado após dez anos. Até agora, 55.982 questionários de uma estimativa de 65.127 em todo o Estado já foram coletados, o que representa 85,96% do previsto.
As chuvas já eram previstas para o período de visita dos recenseadores e, por isso, o Pantanal sul-mato-grossense foi priorizado devido à dificuldade de chegar em diversas áreas. A presença intensa do fenômeno natural não impediu que 80% da região fosse coletada.
Mesmo na tentativa de fuga das chuvas, os recenseadores tiveram imprevistos em Dourados e Agua Clara, com áreas alagadas e até pontes quebradas. Em Campo Grande, setor urbano, os trabalhos também estão adiantados, mas com contratempos na localização dos produtores.
Conforme o chefe da unidade Estadual do IBGE Mário Alexandre, um pré-cadastro foi realizado nas feiras e hortifrutis para a identificação dos fornecedores. “Achar o pessoal das hortas, do cinturão verde é complicado. A cobertura na área urbana é complexa, pois muitos estão produzindo dentro da cidade, ou seja, longe das fazendas”, disse.
Outro obstáculo é com relação à resistência em responder o questionário - apesar de sigiloso -, ou ausência dos informantes nos locais. Mário Alexandre ressalta que fim de ano é um período em que os produtores, arrendatários ou responsáveis pela propriedade estão de férias.
“Porteiras cadeadas, difícil acesso à entrada ou resistência são algumas das dificuldades. Tem produtor que é mais aberto a repassar as informações, mas outros não, já que no questionários você também informa seu estoque. Isso é natural, é o investimento do produtor, mas há produtores que são mais fáceis devido ao trabalho de incentivo da Famasul”, disse.
Na sequência, um terceiro obstáculo comum é de produtores que moram fora ou que as sedes estão em outros Estados, no caso as usinas de cana - grande parte com sede no Ceará e Bahia. O chefe estadual pontua que mais de 1000 questionários são enviados a São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Diferente do último Censo, em que os produtores responderam de forma individual, agora em casos de arrendamento, os produtores se juntam e respondem apenas um questionário, incluindo os trabalhos realizados e maquinários utilizados. Em Água Clara, por exemplo, muitos proprietários arrendam suas terras para o plantio de eucalipto.
Durante coletiva, Mário Alexandre ressaltou a importância da coleta especial, “dos grandes fazendeiros”. Ele explica que esse tipo de produtor tem uma grande demanda para responder, o que demora mais para ser finalizado. “Em MS esse tipo de coleta equivale a 2,5 mil questionários”, disse.
Até o dia 29 de janeiro de 2018, 55.982 questionários de uma estimativa de 65.127 já haviam sido coletados, a quantidade representa 86% do previsto. O resultado é um balanço, mas o resultado final será divulgado em junho de 2018, quatro meses após a finalização nas coletas.