Apesar de semanas ruins, em março MS teve 656 empresas abertas e 314 fechadas
Balanço da Junta Comercial mostra que nem tudo foi ruim no mês passado, mas o pior deve estar por vir
Mesmo com estimativa de quase 6 mil demissões e vários setores reduzindo pessoal nos últimos dias, os efeitos reais do coronavírus na economia estadual, principalmente, sobre as empresas, só devem ser computados no mercado a partir deste mês. Pelo menos é o que mostram os dados divulgados nesta quinta-feira (16) pela Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul). Em março, mesmo com o início da pandemia, MS registrou abertura de 656 novas empresas e fechou 314 negócios no mês.
O volume de constituições de empresas segue a média de 2020 e é o maior desde 2010 para março. O presidente da Jucems, Augusto César Ferreira de Castro, explica que o número de empresas constituídas no terceiro mês do ano mostra que o Mato Grosso do Sul ainda não sofreu grandes impactos causados pela pandemia de coronavírus, que deve se intensificar em abril.
O setor de Serviços lidera a economia sul-mato-grossense, respondendo por 67,07% das empresas abertas em março, enquanto o Comércio representou 27,13% (178 empresas) e a Indústria 5,79% (38).
Entre as cidades Campo Grandel tem ampla vantagem, concentrando 43,90% das empresas (288), enquanto Dourados figura em segundo lugar com 11,89% (78 empresas).
Em relação ao fechamento de empresas, o número de março é menor que o de janeiro e fevereiro de 2020. “Em outubro de 2019 o Governo Federal extinguiu a taxa paga por empresários para fechar a empresa e isso é sentido nos números, crescentes há cinco meses. Desta forma, não necessariamente refletem um comportamento atual dos empresários”, explica o presidente da Jucems.
Na avaliação do secretário de Produção Jaime Verruck afirma que por mais que os números de março ainda não demonstrem grande impacto econômico devido ao coronavírus, é grande a preocupação do Governo do Estado em relação a manutenção dos empregos e da renda dos trabalhadores.
“A expectativa para abril não é positiva e o Estado tem buscado mecanismos para auxiliar essas empresas, tanto em relação a crédito, com novas linhas de capital de giro e postergação de pagamentos para que as empresas atualmente abertas consigam passar por este momento de crise”, afirma o secretário Jaime Verruck.