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Economia

Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos

Empresa promete excelência e competência para produzir celulose e projeta cidade em um ciclo virtuoso

Por Maristela Brunetto e Gabriela Couto, de Inocência | 09/04/2025 13:09
Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos
Autoridades e empresários descerram placa no início da obra de fábrica da Arauco (Fotos: Marcos Maluf)

 A obra da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência (MS), sai da fase da terraplanagem, iniciada na metade de 2024 e agora começa de fato a construção do empreendimento, marcada por uma solenidade concorrida realizada esta manhã no local, à margem da MS-377, a cerca de 50 quilômetros da cidade, com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin. A empresa chilena aponta que fará em Mato Grosso do Sul seu maior investimento em cerca de 50 anos de atuação, 23 deles no Brasil, apontado em US$ 4,6 bilhões.

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A Arauco, empresa chilena, está realizando seu maior investimento em 50 anos com a construção de uma fábrica de celulose em Inocência, MS, Brasil, avaliada em US$ 4,6 bilhões. A obra, que começou com terraplanagem em 2024, agora avança para a construção, com previsão de operação em 2027. O projeto, chamado Sucuriú, é destacado por sua capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas anuais, gerando 100 mil empregos diretos e indiretos. A fábrica utilizará eucalipto como matéria-prima, e a logística inclui um trecho ferroviário para exportação via Porto de Santos. Autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin participaram da cerimônia de início das obras, ressaltando o impacto econômico e social positivo para a região.

Com a previsão de iniciar a operação no último trimestre de 2027, a fábrica se apresenta como a maior planta de celulose implantada em uma única etapa, com maquinário fornecido pela finlandesa Valmet.

O CEO do grupo, Cristian Infante, deixou claro o entusiasmo com o chamado Projeto Sucuriú, nome do rio que ajudou o empreendimento a se instalar na região e que fornecerá água para a fábrica. Ele apontou que a Arauco atua em 11 países, com 1 milhão de hectares plantados. O eucalipto se apresenta como matéria prima mais vantajosa para a produção da celulose porque seu ciclo é bem mais curto que o do pinus.

“O projeto Sucuriú é o maior investimento da história e nos projeta para um futuro com entusiasmo. MS deu condições favoráveis para o crescimento das florestas e disponibilidade de ampliação. O estado mostrou seriedade e profissionalismo e contrasta com a burocracia de outros lugares do mundo que dificultam o desenvolvimento”, disse. Ele prometeu “competência e excelência para levar o melhor para o mundo. Inocência entra em um círculo virtuoso para prosperidade do Estado”. Ao fim do discurso, ainda agradeceu pelo apoio ao “projeto ambicioso”.

Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos
Altimiras, CEO da empresa chilena no Brasil, destacou os impactos do empreendimento na economia

CEO da Arauco no Brasil, Carlos Altimiras, disse que a cidade viverá uma “transformação positiva” entrando no setor econômico que se tornou o carro chefe das exportações do Estado. A Arauco é a dona da quinta fábrica se instalando no Estado e deve gerar 14 mil empregos no auge da obra. O impacto quando já estiver operando a fábrica tem números impactantes. “Vamos gerar 100 mil empregos diretos e permanentes”, disse Altimiras.

Para comemorar e marcar o novo passo em tom solene, uma imensa tenda foi montada na área que vai receber a fábrica. Alckmin e Simone Tebet, ministros do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio e Planejamento e Orçamento, respectivamente, representaram o Governo Federal. O governador Eduardo Riedel e o antecessor, Reinaldo Azambuja, congressistas, deputados estaduais e políticos locais participaram do evento, com a presença de diretores da Arauco no Chile e no Brasil. Até o embaixador do país no Brasil, Sebastián de Polo, veio para o evento.

A empresa terá cerca de 400 mil hectares de floresta para oferta da matéria prima. Por ser estrangeira, a empresa não adquiriu terras, mas fez contratos com proprietários de fazendas. Como praticamente toda a celulose é exportada, a chilena fará um trecho de 47 quilômetros de trilhos para embarcar o produto em trens na região de Aparecida do Taboado, onde há ponte para cruzar o Rio Paraná e passam os trilhos da Ferronorte, que levam produtos para exportação via Porto de Santos.

Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos
Alckim mencionou a importância dos empregos da indústria e falou sobre políticas para melhorar o custo Brasil

Alckmin falou dos impactos econômicos de empreendimentos industriais, apontando que pagam salários mais altos e os ganhos ambientais com indústrias menos poluentes. A tecnologia das empresas de celulose permite a geração de energia com resíduos de madeira, citou. Ele apontou que é preciso apoiar a modernização do setor industrial e também falou sobre o apoio para os preços competitivos na exportação com o uso de políticas tributárias favoráveis.

“Os estudos do IPEA mostram que os investimentos no Brasil em 15 anos depois da reforma tributária devem aumentar 14% e as exportações 17%, que trará mais competitividade aos produtos brasileiros colocados lá fora. E comércio exterior é emprego e renda direto”, disse, em seu discurso. Conforme ele, haverá redução no custo brasil com a redução da burocracia, como na parte documental. “Agora é tudo digital, não passa na hora e não paga mais nada, não tem taxa, não tem nada, nada. Desburocratizando, simplificando, reduzindo custos e ajudando o crescimento da economia.”

Ele referiu-se a MS como estado irmão (ele é paulista), mencionou o Corredor Bioceânico, que “vai fazer uma ligação histórica” do Atlântico com o Chile e portos do Oceano Pacífico e “trazer um ganho de escala para essa região extraordinária.”

Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos
Riedel lembrou a relação com a empresa chilena, que faz o maior investimento privado em curso no País

Já Riedel destacou a união de esforços políticos para a concretização do projeto, lembrou que houve visita à unidade chilena da Arauco, para conhecer o processo de fabricação e ver o impacto do empreendimento na realidade local. Ele destacou o volume de recursos previstos, de US$ 4,6 bilhões em cerca de dois anos- em torno de R$ 30 bilhões.

Ele lembrou que na visita ao Chile pôde se reunir com o acionista majoritário da empresa e firmar uma relação de confiança, que resulta no maior empreendimento privado em curso no País, a exemplo do que também foi a unidade da Suzano construída em Ribas do Rio Pardo, em porte semelhante. Conforme o governador, o Estado assumiu compromissos de logística e mencionou o recapeamento da rodovia que passa em frente onde a fábrica está sendo construída e a entrega de um aeródromo, já em fase de conclusão, além de parceria para construção de moradias para os trabalhadores da fábrica quando estiver pronta.

O prefeito da cidade, Antônio Ângelo Garcia dos Santos, lembrou que as tratativas até a confirmação do empreendimento duraram cinco, seis anos.”É o maior sonho de nosso tempo. Temos muitos parceiros nessa caminhada”, mencionou, citando o ex-governador Reinaldo Azambuja. Voltou a apontar o impacto positivo que a cidade terá, repetindo momentos anteriores de avanço do projeto, que a colocará como a “rainha da costa leste".

Arauco elogia condições garantidas por MS para seu maior investimento em 50 anos
Após terraplanagem, agora começa a construção de fábrica

Os números da fábrica- A empresa já cultiva florestas de eucalipto na região para garantir o fornecimento de matéria-prima à unidade, com cerca de 400 mil hectares plantados. Conforme já divulgado, a fábrica deve empregar mil trabalhadores diretamente, além de outros 2 mil voltados à logística e 3 mil atuando nas florestas. A capacidade de produção anual será de 3,5 milhões de toneladas de celulose.

No pedido de licença ambiental, a Arauco previa duas unidades com capacidade de 2,5 milhões de toneladas cada. Com a ampliação da capacidade já na largada, a decisão sobre a instalação da segunda planta poderá ser postergada.

Inocência, com pouco mais de oito mil habitantes, poderá ver sua população quase dobrar após a ativação da planta, com estimativa de chegar a 14 mil moradores. Desde o anúncio, a cidade já vinha sentindo as transformações, como a reportagem pôde conferir em visita recente, mostrando o surgimento de obras residenciais e comerciais, o impacto nos preços do setor imobiliário, os investimentos em infraestrutura pública e a chegada de pessoas buscando oportunidades.

A terraplanagem já havia levado cerca de 1.800 pessoas para a preparação da área. Para atender à demanda habitacional gerada pelo empreendimento, o Governo do Estado destinou terreno para que a empresa construa um conjunto com aproximadamente 700 casas. O Executivo estadual também prevê melhorias na infraestrutura viária, com faixa adicional e reforço no pavimento da MS-377, além da conclusão da pavimentação da MS-320, estrada que liga Inocência a Três Lagoas, principal polo regional.

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