BNDES perde R$ 250 milhões com fraude em empréstimo a frigorífico
Unidades do Independência em MS foram vendidas ao JBS em 2013
Empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao Independência com base em documentos fraudados causou prejuízo de R$ 250 milhões à instituição financeira. A constação é de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) e integra relatório aprovado em sessão plenária de quarta-feira (dia 05).
De acordo com o relatório, os sócios da empresa e os gestores do banco vão responder a processo que visa ao ressarcimento das perdas. Os ativos do Independência foram adquiridos pela JBS em 2013. Entre as unidades negociadas, três são de Mato Grosso do Sul: dois frigoríficos (Campo Grande e Nova Andradina), e dois curtumes (Nova Andradina).
Conforme o TCU, em novembro de 2008,o BNDES aprovou o aporte de R$ 450 milhões para a Independência, que seriam resgatados em duas parcelas. O objetivo era permitir o crescimento acelerado da empresa, aumentando seu capital de giro.
O primeiro desembolso feito pelo BNDES ocorreu 18 dias após o pedido, no valor de R$ 250 milhões. Três meses depois, a empresa ingressou com o pedido de recuperação judicial, razão pela qual o BNDES deixou de efetuar a segunda subscrição de ações.
Para o Tribunal, houve negligência por parte do BNDES em aprovar o apoio financeiro sem avaliar, com a devida investigação, o risco de falência da empresa a curto prazo. Diante da irregularidade, o TCU decidiu desconsiderar a personalidade jurídica da empresa e responsabilizar os sócios diretamente, em solidariedade com os ex-gestores do BNDES. O valor original do débito deverá ser atualizado.
Pouco tempo depois de ingressar com pedido de recuperação judicial, o Indenpendência vendeu seus ativos ao JBS no valor de R$ 268 milhões de reais.
Além das unidades em Mato Grosso do Sul, os ativos considerados na compra da JBS incluiram: dois frigoríficos, sendo um em Senador Canedo (GO) e o noutro em Rolim de Moura (RO); um curtume em Colorado D'Oeste (RO); dois centros de distribuição e armazéns (Cajamar e Santos, em São Paulo); e todas as marcas pertencentes ao grupo Independência.