Com compra de fertilizantes, Bungue pode movimentar 300 mil t em MS
Os fertilizantes que a Bunge pretende importar, por meio do porto de Porto Murtinho, virão da Argentina e o negócio pode movimentar até 300 mil toneladas, por ano, na expectativa da APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho). A importação começa em março em um esquema de logística casada, no qual o país vizinho vai comprar soja da companhia, que é a terceira maior exportadora do Brasil e a primeira no agronegócio.
Instalada no Núcleo Industrial de Dourados, a indústria concentrará o maior volume de produtos transportados pelo porto, que, após mais de uma década fechado, foi reaberto em outubro do ano passado, a fim de desafogar logística do Estado. Após ampliação, o grupo vai aumentar em 30% a capacidade de esmagamento de soja na unidade, alcançando 700 mil toneladas, por ano.
Segundo o diretor da APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho), Michel Chaim, de início, serão importadas quatro mil toneladas de fertilizantes pelo porto, que fica na fronteira com o Paraguai.
“A Bunge está buscando uma alternativa de logística. É um volume experimental, que dá expectativa de ampliação para 300 mil toneladas, por ano. A empresa é uma das maiores do mundo. Os mercados que vão trazer fertilizante vão levar soja. Além da Argentina, eles vão utilizar a hidrovia para negócios com qualquer parte do mundo”, detalhou o Chaim.
A assessoria da Bungue não confirmou as informações e nem detalhou o plano de importação pelo porto. No entanto, em audiência com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), no início deste mês, o vice-presidente da companhia, o ex-ministro Martus Tavares, comentou que recebeu do Governo do Estado o pedido para avaliar também a possibilidade de exportação pelo terminal hidroviário.
Conforme o diretor da APPM, atualmente o porto de Porto Murtinho exporta soja e açúcar. A maior parte dos produtos que passam pelo terminal vão para o Uruguai, para onde são exportadas 60 mil toneladas de açúcar, por ano.
Além da Bunge, outras indústrias estão buscando operar pela hidrovia. “O porto é a porta de entrada do país. Outras empresas como a ADM também pensam em usar o terminal”, comentou Chaim. A ADM trabalha com alimentos, bebidas e forragem animal para mercados em todo o mundo.