Com lagarta em 4 municípios, ministério decreta emergência em MS
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) declarou estado de emergência fitossanitária em Mato Grosso do Sul devido ao risco de surto da praga Helicoverpa armigera. A lagarta é ameaça à soja, um dos principais componentes da economia do Estado. O decreto permite a importação de agrotóxico ainda sem registro no País.
A portaria 1.260, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, tem validade de um ano. O documento é assinado pelo ministro Antônio Andrade.
O pedido da Seprotur (Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo) ao Ministério da Agricultura foi feito no dia 2 de dezembro, após a confirmação da lagarta em três municípios: Naviraí, São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul. Agora, a praga foi identificada em Maracaju. “Mas está absolutamente controlado. Estamos monitorando e não há motivos para alardes”, afirma a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
Segundo o pesquisador da Fundação Chapadão, Germison Tomquelski, o potencial de destruição é grande. “Pode chegar a 100%”, afirmou, em entrevista no começo de dezembro. Ele salienta que a lagarta é uma praga diferente. “Tem uma alta taxa reprodutiva, ataca diversas culturas e ela apresenta uma tolerância maior aos inseticidas do que as outras pragas, é mais resistente”, explica o pesquisador sobre o novo “inimigo” dos produtores.
O Mapa já decretou emergência fitossanitária na Bahia, Mato Grosso, Goiás, parte de Minas Gerais e Piuaí. O documento permite o uso de agrotóxico que ainda não tem registro. Dentre as medidas de combate, estão o vazio sanitário, adoção de áreas de refúgio e a destruição de restos da cultura.
A importação de produtos agrotóxicos, que tenham como ingrediente ativo a substância Benzoato de Emamectina, também está autorizada. As propriedades que utilizarem a substância serão acompanhadas por fiscalização.