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Economia

Com vaca e leite, produtores discutem como aumentar produção em MS

Ricardo Campos Jr. | 02/06/2017 09:10
Evento teve leite tirado na hora servido aos participantes (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Evento teve leite tirado na hora servido aos participantes (Foto: Ricardo Campos Jr.)

Pensando no aumento da produção leiteira em Mato Grosso do Sul, pequenos pecuaristas se reuniram na manhã desta sexta-feira (2) no Sindicato Rural para uma série de palestras sobre técnicas de manejo, gestão e apresentação de novas tecnologias que favoreçam o setor.

A data do evento foi escolhida em alusão ao Dia Mundial do Leite. Os participantes puderam saborear, antes de entrar no auditório, doses de leite retirado na hora de duas vacas girolando misturado com conhaque, bebida típica nas fazendas.

Rui Fachini Filho, presidente da categoria, afirma que existem 24 mil produtores de leite no estado, dos quais 70% produzem menos de 87 litros por dia, enquanto o necessário para se manterem em atividade e serem competitivos no mercado seria em torno de 300 litros diários.

“Estamos trabalhando para viabilizar [o aumento da produção] através de assistência técnica e de informação. É lógico que isso é um grande desafio, pois entra nessa questão de manejo e nutrição”, explica o sindicalista.

Leite retirado na hora foi misturado com conhaque, composição típica feita nas fazendas (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Leite retirado na hora foi misturado com conhaque, composição típica feita nas fazendas (Foto: Ricardo Campos Jr.)

O motivo de os pequenos produtores ainda se manterem receosos em implementar novas tecnologias em suas fazendas é principalmente os custos, segundo o presidente do Sindicato Rural.

Existem alguns programas para ajudá-los a fazer esses investimentos de maneira segura, mas ainda são necessárias políticas que viabilizem os recursos para a compra dos equipamentos.

“Nós precisamos de linhas de crédito específicas para essa atividade”, afirma Fachini.

As alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é outro entrave para o crescimento do setor leiteiro no estado. “Nós temos trabalhado para que o governo consiga equiparar [o imposto] com outros estados porque hoje o leite a granel está em média 10,2% o ICMS, enquanto dos produtos industrializados é 6% e em outros estados essa média cai para 2%”.

Fachini entende que é preciso analisar a situação econômica do estado, já que reduções fiscais implicam nas receitas do governo, mas isso não anula a necessidade de se reavaliar a taxa.

A produtora de leite Aurora Real acredita que o principal desafio hoje no setor é aumentar o espaço do leite no mercado. “Escutamos muito a história de que Mato Grosso do Sul tem perdido lugar no Brasil e nos preocupamos em chamar a atenção do setor quanto a preço, incentivo e questões políticas”, afirma.

Por isso, na avaliação da produtora, o setor tem que se fortalecer para ficar em um local de destaque na cadeia produtiva. “Precisamos firmar o mercado, valorizar o nosso produto e o produtor”, conclui.

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