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Economia

Combustíveis e gás de cozinha sobem nesta sexta

Gasolina terá alta de 18,8% nas refinarias; diesel vai subir 24,9%, anunciou a Petrobras hoje

José Roberto dos Santos | 10/03/2022 10:10
Veículo abastece em posto de combustíveis da Capital; aumento já era esperado devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Veículo abastece em posto de combustíveis da Capital; aumento já era esperado devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Em meio à disparada dos preços do petróleo, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) reajustes nos preços de gasolina e diesel após quase 2 meses de preços congelados nas refinarias.

"Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras", informou a estatal, em comunicado.

Segundo informações do portal G1, o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg. O produto não era reajustado há 152 dias.

"Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade", acrescentou a estatal na nota.

Política de preços – O Senado adiou na quarta-feira (9), pela terceira vez, a votação de dois projetos com o objetivo de conter a alta de preços dos combustíveis.

Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. O presidente Jair Bolsonaro, mirando a campanha à reeleição, tem indicado, porém, que não deve deixar a estatal brasileira repassar integralmente a alta do petróleo no mercado internacional aos preços do mercado interno.

O petróleo Brent já acumula alta de cerca de 40% no ano e chegou a alcançar US$ 139 na segunda-feira (7).

Levantamento divulgado no começo de março pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ainda segundo o portal G1, mostrou que os valores médios de diesel e gasolina da Petrobras nas refinarias tinham atingido 25% de defasagem ante a paridade de importação, um nível não visto há cerca de 10 anos.

Menos impostos para o GLP importado – A Receita Federal publicou ontem (9) instrução normativa zerando alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins sobre o botijão de gás de cozinha de 13 quilos (kg) de uso doméstico. A medida incide sobre a importação e a receita de comercialização do produto.

Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) que será, posteriormente à operação, envasado em recipientes de até 13 kg e destinado ao uso doméstico, diz a norma. A medida é adotada em meio à disparada no preço do petróleo em razão do conflito envolvendo Rússia e Ucrânia.

A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo e derivados combinados, com exportações de cerca de 7 milhões de barris por dia, ou 7% da oferta global.

Apreensão – Na semana passada, devido ao conflito entre a Rússia e Ucrânia, o diretor do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), Edson Lazarotto, já vinha manifestando a apreensão do mercado com a possível alta.

Pauta fiscal congelada em MS –  No final de janeiro, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, aderiu a decisão de mais 20 estados de congelar a pauta do combustível, e assim, contribuir para redução do preço aos consumidores. Desta forma, se mantém por mais 60 dias congelado (até o final de março) o PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final). Esta condição já existe desde abril de 2021.

O governador ponderou que a medida é importante, mas que os postos de combustível precisam ter responsabilidade na hora de definir os preços e que vai haver reforço na fiscalização do Procon para verificar se existe cobrança abusiva nas bombas para a população.

Mato Grosso do Sul foi o primeiro a congelar a pauta fiscal e é o Estado que está há mais tempo sem atualizar o indicador.

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