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Economia

“Mercado apreensivo”, diz Sinpetro-MS sobre possível nova alta dos combutíveis

Preço do barril ultrapassou a casa dos US$ 110 com conflito entre Rússia e Ucrânia

Giovanna Dauzacker | 03/03/2022 16:33
Combustíveis pode ter novo reajuste com alta do barril do Petróleo. Foto: Marcos Maluf
Combustíveis pode ter novo reajuste com alta do barril do Petróleo. Foto: Marcos Maluf

A possibilidade de um novo reajuste nos preços dos combustíveis, com o aumento do petróleo no mercado internacional tem deixado o mercado apreensivo. O valor do barril atingiu, nesta quinta-feira (3), US$ 115, influenciado pelo conflito entre a Rússia e Ucrânia.

“Até o momento a Petrobras não se posicionou, mas como já faz exatamente 53 dias sem reajustes pela refinaria, o mercado está apreensivo pois não sabemos quando e quanto será o reajuste”, explica o diretor do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), Edson Lazarotto.

No entanto, com a incerteza, existem chances de o aumento não acontecer. “Tudo pode ocorrer inclusive não ocorrer o reajuste, e tudo muito volátil quando se trata de commodities”.

Para especialistas, a hipótese de que não aconteça é a menos provável neste caso. “Se esse preço se mantiver alto por um bom tempo, existe uma chance grande de ter reajuste sim dos combustíveis aqui. Então, a gente tem que torcer para que o conflito seja resolvido logo, quanto mais rápido, melhor”, explica o economista da UFMS, Mateus Abrita.

De acordo com outro economista, Renato Gomes, há outros fatores que influenciam no aumento dos valores num cenário próximo. “Já temos mais de um mês que não há reajustes, o que já impacta numa magnitude de 25% da defasagem com o mercado internacional, ou seja, o preço deveria estar 25% mais caro. Então ainda há uma pressão dentro da Petrobras para que haja um reajuste. Se ela deixa de reajustar, as ações da empresa começam a cair no mercado”.

Valor da gasolina está entre R$ 6,23 e R$ 6,49 em Campo Grande. Foto: Marcos Maluf
Valor da gasolina está entre R$ 6,23 e R$ 6,49 em Campo Grande. Foto: Marcos Maluf

Nas bombas – Nos postos de combustíveis de Campo Grande, o preço da gasolina segue uma sequência de alta nas últimas quatro semanas, segundo o levantamento feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O valor médio encontrado foi de R$ 6,37 entre os dias 20 e 26 de fevereiro.

Na comparação com a semana anterior, quando foi de R$ 6,32, o combustível teve alta de R$ 0,05 centavos. Quem precisa abastecer pode encontrar a gasolina entre R$ 6,23 e R$ 6,49.

Em Mato Grosso do Sul, o valor médio é de R$ 6,44. A gasolina mais barata do Estado é encontrada em Dourados, de R$ 6,50. Já a mais cara fica em Corumbá, onde é possível encontrar o combustível a R$ 7,19.

Outros impactos – O conflito no leste europeu já está impactando em outros setores da economia internacional, principalmente com as sanções impostas para a Rússia, principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil.

“A gente já pode ter aumento direto nos combustíveis a curto prazo, o que pode impactar em toda a cadeia de produção. A Rússia também é a principal fornecedora de fertilizantes para o Brasil e já cancelou a entrega”, ressalta o economista Hudson Garcia.

Ainda segundo o especialista, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que observa as tendências da inflação, pode ter aumento maior do previsto em meio ao cenário, passando dos 25%.

“A preocupação maior é com o diesel, porque realmente, a nossa matriz logística está balizada, principalmente, no rodoviário, isso pode ter impacto nos preços de produtos e aí, pode impactar na inflação de alimentos”.

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