Em 2019, expectativa é que produção de soja ultrapasse 10 milhões de toneladas
Estimativa foi apresentada pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) durante divulgação de dados da produção agropecuária do estado
A produção de soja em Mato Grosso do Sul deve ultrapassar 10 milhões de toneladas em 2019. É o que prevê a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), que divulgou dados da produção agropecuária nesta quarta-feira (12). Volume considerado inédito no estado, o número é comemorado pelo setor.
Presidente da Federação, Maurício Saito acredita que o aumento é provocado, entre outras razões, pela ampliação da tecnologia no campo. “O que levou a isso é a capacidade de empreendimento por parte do produtor rural, aliado a tecnologia. Nós temos hoje à disposição inúmeras tecnologias de produção que são sustentáveis, na qual o produtor rural, com a sua capacidade empreendedora tem adotado e a consequência disso é chegar ao ano de 2019 com número superior a 10 milhões de toneladas”, comentou.
“Lembrando que desde a fundação do nosso estado, em 1977, nós partimos de menos de 500 mil toneladas para 10 milhões de toneladas e nenhuma área desmatada, todas áreas antropizadas, que saíram de uma atividade agropecuária e entraram na atividade agrícola, soja, demonstrando claramente a preocupação do produtor, além de manutenção ambiental, também de adoção de tecnologia que garantam essa sustentabilidade”, enfatizou.
Produção de soja - Mato Grosso do Sul é, hoje, o 5º maior produtor de soja e o 5º maior estado exportador. O produto corresponde a 43% do que é exportado pelo estado. Em relação a 2017, a produção cresceu 11,95%. Em 2017 foram produzidos 8.575,80 milhões de toneladas. Em 2018 esse número salta para 9.600,50.
O VBP (Valor Bruto de Produção) do grão aumentou 37,74% em 2018 e movimentou R$ 11,63 bilhões de reais em 2018. Em 2017 foram 8,44 bilhões. Além disso, também houve aumento de 4,93% da área plantada. Foram 2,84 milhões de hectares cultivados na safra de 2018/2019. A produção diária do grão alcança as 26,mil toneladas.
Saito acredita que o aumento da área plantada de soja se deva à diminuição de outras culturas, como a cana-de-açúcar e bovinocultura. “A agricultura é muito dinâmica, nós temos hoje uma condição de mercado no setor sucro energético desfavorável, o que faz com que alguns produtores saiam dessa atividade e entrem na atividade de soja, mas muito mais do que a transferência de atividade, acreditamos que seja sim a saída de uma área de pecuária, em diferentes níveis de degradação, quando a gente fala em degradação, não é uma degradação total, são diferentes níveis”, comentou.
“A gente acredita que seja muito mais por uma saída da área pecuária para entrada de produção de grãos. Além dessa saída, a consorciação de atividades. A participação da agricultura consorciada com a pecuária, consorciada com a floresta”.
Números – A área plantada do milho alcançou 1,814 milhões hectares plantados, um aumento de 0,66% em relação a 2017. Por dia são produzidos 18 mil toneladas em Mato Grosso do Sul e em 2018, a produção alcançou 6,5 milhões de toneladas.
Já em relação a cana-de-açúcar, são produzidas 130 mil toneladas, contabilizando 46,9 milhões de toneladas por ano. A pecuária bovina representa 2,3 mil toneladas por dia, a suína 491 toneladas e as aves 410.021.876 quilos. Hoje, Mato Grosso do Sul movimenta US$ 15,4 milhões com exportações.
O setor gerou 2,5 mil vagas de emprego em 2018, 252 novos postos por mês. De janeiro a outubro, Mato Grosso do Sul exportou, em produtos do agronegócio, US$ 4,620 Bilhões. O setor é responsável por 95,3% das exportações do Estado. O principal comprador é a China, que adquire 51,04% dos produtos de Mato Grosso do sul.
Para 2019, as projeções são positivas. O setor aguarda um aumento de 4,8% no VBP. Para o presidente, há preocupação de que a China continue adquirindo os produtos, mas afirma que o novo governo representa boas diretrizes a partir do próximo ano. “Primeiro há uma preocupação bastante grande em relação ao comércio chinês. O estado de Mato Grosso do Sul de maneira particular, mais de 50% das nossas exportações diretamente para a China. Segundo, voltando um pouco àquela questão da nova diretriz colocada pelo governo federal que foi recém eleito e agora empossado também”.
Para o presidente, a expectativa é de mais segurança jurídica na questão agrária . “Temos indicativos de que ele vai favorecer, não através de benefícios, mas fazer com que o produtor possa produzir com tranquilidade. Esse tipo de atitude do novo governo era o que Mato Grosso do Sul esperava há muito tempo. O grande problema nosso não tem sido evolução de produtividade. Quando temos um estado com 140 propriedades invadidas e mesmo assim entrega ano após ano números positivos de produtividade, demonstra que o produtor a partir do momento que tenha mais previsibilidade das questões jurídicas, vai entregar mais ainda à sociedade”, comenta.