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Economia

Em MS, 1% mais rico ganha 30 vezes mais do que os 40% mais pobres

Pesquisa do IBGE revela aumento de 8,9% na renda dos mais pobres, porém desigualdade de renda segue alta em MS

Por Mylena Fraiha | 19/04/2024 15:03
Senhora caminha entre as casas da Comunidade do Angico, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Senhora caminha entre as casas da Comunidade do Angico, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Em 2023, o 1% da população de Mato Grosso do Sul recebeu 30,4 vezes mais do que os 40% mais pobres da população. Entre esse 1% da população mais rica, o rendimento médio per capita foi de R$ 20.483, enquanto os 40% da população mais pobre tiveram um rendimento médio de R$ 672. Esses dados são da Pnad Contínua de 2023, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (19).

A pesquisa do IBGE aponta que no ano passado, em Mato Grosso do Sul, o rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos resultou em uma massa mensal de R$ 4,4 bilhões, o maior valor da série histórica da Pnad Contínua. Esse valor representa um crescimento real de 10% em relação a 2022 (R$ 4,0 bilhões). Até então, o ano com o maior valor da série era de 37,5% frente a 2021 (R$ 3,2 bilhões).

Apesar desse crescimento geral na renda, as disparidades entre os estratos sociais continuam altas. O estudo revela que em 2023, os 10% mais ricos do Estado detiveram uma fatia de 38% dos rendimentos totais. Em contrapartida, os 10% mais pobres tiveram uma participação na massa de rendimentos de apenas 1,6%.

A Pnad Contínua também traz dados recentes sobre o Índice de Gini, medida estatística da desigualdade de renda em uma sociedade. Depois de ter uma leve queda em 2019 para 0,483, o índice subiu um pouco em 2020, para 0,470.

No entanto, em 2021, ele aumentou novamente e atingiu um novo recorde de 0,496. Em 2022, o índice teve uma pequena redução para 0,478, e em 2023 permaneceu estável nesse valor, 0,477.

Aumento na renda - De acordo com a Pnad Contínua de 2023, os 40% mais pobres da população experimentaram uma modesta melhoria em sua renda média, alcançando R$ 672. Esse é o valor mais alto registrado para esse grupo na série histórica.

Comparando com 2022, quando a renda era de R$ 630, houve um aumento de 6,6%. Em relação a 2019, quando era de R$ 617, o aumento foi de 8,9% no Estado. De acordo com o IBGE, entre os fatores que podem explicar esse crescimento estão o recebimento do Bolsa Família, bem como a recuperação do mercado de trabalho.

Para os 10% mais ricos da população, o dinheiro que entra em casa foi, em média, de R$ 7.486 por pessoa em 2023. Esse é o maior valor já registrado em Mato Grosso do Sul. Ficou um pouco acima do que foi observado em 2019, que foi de R$ 7.170. Comparando com 2022, que foi de R$ 7.049, houve um aumento de 6,2%.

Entretanto, é importante ressaltar que dentro desse grupo dos 10% mais ricos, há muita diferença nos valores de renda. Para o 1% que está no topo, o dinheiro médio que entra em casa por pessoa foi de R$ 20.483 em 2023.

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