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Economia

Endividamento familiar aumentou durante a pandemia para 54% dos leitores

Famílias com dívidas no Brasil atingiu 67,4% em julho, conforme Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor

Aletheya Alves | 07/08/2020 07:34
Leandro Cardoso dos Santos, de 29, diz que envidividamento em casa só tem aumentado. (Foto: Kísie Ainoã)
Leandro Cardoso dos Santos, de 29, diz que envidividamento em casa só tem aumentado. (Foto: Kísie Ainoã)

Indagados sobre endividamento familiar durante a pandemia de covid-19, 54% dos leitores do Campo Grande News afirmam que as dívidas aumentaram com a crise do coronavírus. Em contraponto, 46% dizem que os últimos meses não interferiram nas contas.

Atingindo nível histórico na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, o percentual de famílias com dívidas chegou a 67,4% em julho, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O estudo indica que as necessidades de crédito têm aumentado para famílias com menor renda.

Equilibrada, enquete recebeu 54% dos votos indicando que endividamento familiar aumentou durante a pandemia.
Equilibrada, enquete recebeu 54% dos votos indicando que endividamento familiar aumentou durante a pandemia.

Depois de anos com estabilidade em emprego, Leandro Cardoso, de 29 anos, diz que tem “feito malabarismo” para lidar com desemprego e contas. Endividado, ele relata que tenta não pensar muito na situação, “se ficar muito com isso na cabeça, a gente fica doido”.

Financiei uma casa e meu carro, mas agora não sei como pagar. A gente não deixa acumular água e luz, mas o jeito é pagar uma coisa e deixar a outra de lado. Tudo só piora e se continuar assim, a gente vai acabar passando fome.

Abrindo as portas da barbearia para conseguir pagar o aluguel, Mick Dezotti, de 26 anos, diz que já vê as contas se acumulando.

Mick Dezotti, de 26, relata que abre as portas da barbearia para conseguir pagar contas básicas. (Foto: Kísie Ainoã)
Mick Dezotti, de 26, relata que abre as portas da barbearia para conseguir pagar contas básicas. (Foto: Kísie Ainoã)

Lucro não existe. Continuo vindo aqui para conseguir pagar o valor do prédio e ter um lugar para trabalhar depois que tudo isso acabar. O problema é que energia, água, enfim, tudo continua chegando.

Ainda tranquila e com as contas em dia, Vânia Aparecida, de 29 anos, relata que a família permanece sem problemas com dinheiro. "Tudo tem sido pago em dia, até agora não precisamos de crédito especial ou algo assim. Meu marido só parou de trabalhar quando colocar as restrições, mas logo retornou. Estamos sem dor de cabeça", diz.

Para Marcos Otávio, a estratégia tem sido reduzir gastos para se manter positivo, “assim que as coisas foram se confirmando, cortamos tudo o que era desnecessário”.

Diante do cenário de crise, as empresas de serviços públicos estão oferecendo oportunidades de renegociar débitos. Para isso, é preciso procurar os canais de atendimento oferecido. Só a empresa responsável por abastecimento de energia em Mato Grosso do Sul já fez 30 mil acordos de renegociação.

Para quem não quer ver as contas acumularem, é esse o caminho indicado. Procurar renegociar, pactuando as condições ao alcance dos vencimentos, antes que o problema se acumule ainda mais.

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