Entre nacionais e de fora, empresas iniciam estudo para comprar Eldorado
A Eldorado, fábrica de celulose do grupo J&F, ainda não foi colocada oficialmente à venda, mas empresas concorrentes começam a se mobilizar para fazer ofertas pela planta localiza em Três Lagoas. A Fibria, também instalada em Mato Grosso do Sul, seria a principal interessada.
Matéria do Valor Econômico de hoje, afirma que produtores de celulose do Brasil e de fora estão entre os interessados em comprar a fábrica envolvida na delação do JBS, também pertencente ao grupo.
Sediada na mesma cidade e em expansão, a Fibria desponta como uma das principais na fila de interessados em comprar a Eldorado, mas segundo a reportagem, preço e o acordo de leniência firmado pela J&F podem ser empecilhos a uma oferta vinculante.
Especialista disse à reportagem que há sinergia de “bilhões de reais” na integração da Eldorado e da Fibria, o que faria o grupo Votorantim até pagar a mais pelo negócio e assim evitar um concorrente estrangeiro.
“A Fibria seria a candidata mais forte em uma situação normal, mas agora parece mais difícil que a empresa coloque um cheque na mão dos Batista, já que tem o BNDES como seu acionista”, disse o executivo sobre a maior produtora mundial de celulose de eucalipto, com receita de R$ 9,6 bilhões em 2016.
A Fibria negou ao Valor Econômico que esteja negociando alguma fusão ou aquisição e ressaltou que segue focada no seu projeto de crescimento orgânico por meio da duplicação da unidade em Três Lagoas, que deve inaugurar em setembro a segunda planta.
Outras interessadas – Ainda conforme o Valor, os irmãos Wesley e Joesley Batista estão empenhados em conversar pessoalmente com interessados na empresa, mas até agora não mandatou banco para oferecer o ativo.
Entre os interessados na compra ainda aparecer a empresa chilena Arauco contratou o Santander para auxiliar na possível compra, segundo fontes do Valor. A Suzano Papel e Celulose já teria concedido o mandato a dois grandes brasileiros, além da também chilena CMPC.
Também não é descartado por fontes um arranjo entre uma fabricante local e uma companhia estrangeira na reta final das negociações. Executivos calculam que os acionistas poderiam receber até R$ 4 bilhões, já descontada a dívida de quase R$ 8 milhões.
Entre as interessadas, a Arauco já possui base florestal em Mato Grosso do Sul. Ela assim como a chinesa CMPC foram procuradas pelo governo do Estado, antes da possível venda da Eldorado, para conhecerem o potencial local para florestas.
Para o governo do Estado, o importante é a continuidade da operação da fábrica e sua ampliação. “A concentração em apenas uma empresa não tem se demonstrado uma estratégia adequada”, disse o secretário Jaime Verruck ao afirmar que nenhuma das empresas citadas na matéria procurou o estado para falar sobre a possível compra.