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Economia

Fiscalização "surpresa" assusta postos e tira dúvida de consumidores

Mariana Rodrigues e Caroline Maldonado | 12/05/2015 15:33
Três órgãos fiscalizadores começaram hoje uma força-tarefa em vários postos de combustíveis da Capital. (Foto: Marcos Ermínio).
Três órgãos fiscalizadores começaram hoje uma força-tarefa em vários postos de combustíveis da Capital. (Foto: Marcos Ermínio).

Os consumidores aprovaram a fiscalização surpresa realizada em postos de combustíveis de Campo Grande, que teve início hoje (12), sem data prevista para acabar. Porém, os proprietários dos estabelecimentos se assustaram com a ação que reuniu a Polícia Civil e três órgãos fiscalizadores e fez testes de qualidade na hora.

A fiscalização é composta pelo Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor), Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), ANP (Angência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). Um posto na avenida Euler de Azevedo, região do bairro São Francisco, foi o primeiro a receber a fiscalização. Em seguida, a equipe foi para outro estabelecimento, na avenida Ernesto Geisel, região do bairro Cabreúva.

Orlando Rosa, gerente do Posto Cabreúva, confessou ter se assustado com a abordagem. Ele alegou não ter conhecimento da necessidade de todos os órgãos irem juntos fazer a fiscalização no mesmo dia. "Poderia ter sido uma abordagem individual dos órgãos, porque estando todos aqui, inclusive a polícia, deixa uma imagem ruim para os clientes. Eles podem pensar que teve algum problema aqui , reclamou.

No posto do bairro Cabreúva, não foram encontradas adulterações no combustível, mas haviam pequenas irregularidades que chamaram a atenção do Procon, como a falta de preço nos óleos e de placa refletiva nos preços de combustíveis, coisas não consideradas graves. "Já vou providenciar para amanhã tanto os adesivos, quanto os preços dos produtos que estão faltando", disse Orlando.

A esteticista Prisciely Pires, 27 anos, comentou que não fica muito atenta com relação as fraudes. (Foto: Marcos Ermínio)
A esteticista Prisciely Pires, 27 anos, comentou que não fica muito atenta com relação as fraudes. (Foto: Marcos Ermínio)
A aposentada Neida Gomes, 63 anos, aprovou a força-tarefa. (Foto: Marcos Ermínio)
A aposentada Neida Gomes, 63 anos, aprovou a força-tarefa. (Foto: Marcos Ermínio)

Outro lado - Os consumidores aprovaram a ação, já que puderam se informar sobre questões que podem ser exigidas na hora do abastecimento em postos de combustíveis, e assim evitar fraudes.

A aposentada Neida Gomes, 63 anos, elogiou a força-tarefa, mas não sabia por exemplo, que tem o direito de pedir que os frentistas façam o teste para comprovar a qualidade do combustível e até a medição da bomba para saber se está compatível com o que foi abastecido. "Essa fiscalização é boa, acredito que pode ajudar a combater as fraudes e dar mais segurança para o consumidor".

Outra que aprovou a fiscalização foi a esteticista Prisciely Pires, 27 anos, também comentou que não fica muito atenta com relação as fraudes. A única coisa que faz é verificar a bomba para saber se foi abastecido aquilo que foi marcado. "Nunca tive desconfiança, essa é uma preocupação que a gente sempre deixa passar", disse ela que também não sabia que podia fazer o teste de fiscalização.

Há aqueles consumidores que só começam a se preocupar e tomar conhecimento de seus direitos após passarem pelo problema. Foi o que aconteceu com a dona de casa Alice Silva Flenga, 65 anos, que já abasteceu o carro com combustível adulterado, desde então ficou mais atenta às possíveis irregularidades. "Tive problemas no carro por causa da gasolina, mas isso foi em Cuiabá, então eu sei que posso pedir para o frentista fazer o teste", conta Alice, que abastece há 40 anos no mesmo posto.

Qualidade - O teste de metrologia, que consiste em descobrir se o que marca na bomba é o que realmente entra no tanque, feito nos dois postos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), apresentou diferença de cerca de 1 ml com relação ao que estava marcando na bomba e o que entra no tanque do veículo.

Em Mato Grosso do Sul o índice de irregularidades é bem pequeno. Glauber Enicioli, especialista em regulação da ANP, observou que o Estado está entre os que têm menos reprovação dos órgãos fiscalizadores.

"Aqui em Mato Grosso do Sul é baixo o índice de irregularidades. Nos locais onde houver desconfiança, as amostras serão recolhidas para análise", disse. A multa por fraude varia entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões, dependendo dos agravantes e reincidência.

Teste para verificar se há adulteração no combustível. (Foto: Marcos Ermínio)
Teste para verificar se há adulteração no combustível. (Foto: Marcos Ermínio)
Outro teste feito nos postos, é o de metrologia, que consiste em descobrir se o que marca na bomba é o que realmente entra no tanque. (Foto: Marcos Ermínio)
Outro teste feito nos postos, é o de metrologia, que consiste em descobrir se o que marca na bomba é o que realmente entra no tanque. (Foto: Marcos Ermínio)
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