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Economia

"Fritura" a presidente da Petrobras envolveu até fábrica de Três Lagoas

Prates está no centro de debate sobre distribuição de dividendos; nome de Simone foi usado em embate

Por Maristela Brunetto | 10/04/2024 11:40
Fábrica em Três Lagoas: uma década de espera; empreendimento foi usado em campanha contra Prates (Foto: Arquivo/ Perfil News)
Fábrica em Três Lagoas: uma década de espera; empreendimento foi usado em campanha contra Prates (Foto: Arquivo/ Perfil News)

A retomada da fábrica de fertilizantes nitrogenados de Três Lagoas, UFN3, e o nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ex-prefeita da cidade, acabaram sendo utilizados como munição na fritura do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, iniciada em torno da discussão sobre a distribuição de dividendos por parte da gigante do petróleo. Circulou boato de que um dos motivos de descontentamento com o dirigente era a indefinição sobre a retomada da obra, uma demanda pessoal de Simone.

O caso repercutiu na emissora CNN, que conseguiu de Simone a declaração de que se tratava de uma “fake News”.  Entre os tópicos que estariam circulando entre desafetos de Prates constou “que Prates “não inseriu no book de projetos a conclusão de planta de fertilizantes em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul (Pedido do Alckmin e da Tebet)”.

Segundo divulgou a emissora, Simone afirmou que ocorreu exatamente o oposto. “É exatamente o contrário. Posso atestar que essa parte do dossiê é absolutamente equivocada, errada e distorce os fatos. É mentira que Jean Paulo foi contra reinvestimento de fertilizantes no Brasil”.

Ela se reuniu com Prates em mais de uma ocasião, inclusive acompanhando o governador Eduardo Riedel (PSDB). Chegou a ser anunciada uma visita à unidade em novembro, que foi cancelada de última hora por problemas de agenda e não remarcada.

Em janeiro, a Petrobras lançou dois editais, um para estudos sobre a finalização da indústria e outra para cuidados com equipamentos e materiais.

Conforme a empresa informou à CNN sobre a UFN3, a previsão é de que o edital para retomada e conclusão da obra seja lançado em dezembro, com previsão de entrega da planta em 2028.

A pauta da necessidade de ampliar a produção de fertilizantes tornou-se central diante da dependência do produto importado, embora o Brasil seja recordista em produção de grãos. O Brasil produz cerca de 7 milhões de toneladas de fertilizantes, menos de 20% do que precisa, importando cerca de 40 milhões toneladas.

A construção da fábrica está há cerca de uma década paralisada e é uma “ferida aberta” em Três Lagoas. À época da visita agendada, a reportagem apurou com a Associação Comercial da cidade, que o consórcio que tocava as obras, formado pela chinesa Sinopec e a Galvão Engenharia, deixou dívidas com 134 empresas, conforme a conta feita à época, com valores superiores a R$ 60 milhões, além dos direitos de trabalhadores. A conclusão tem investimento estimado em cerca de US$ 1 bilhão.

A retomada da UFN3 foi incluída nas diretrizes estratégicas da Petrobras e no pacote do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A fritura de Prates tem ocupado espaço na imprensa há vários dias, sendo apontado o Minas e Energia, Alexandre Silveira. como um dos que encabeçam o movimento. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegaram a discutir a situação. Hoje, veículos noticiaram que Prates chegou a compartilhar uma lista com mais de 20 feitos à frente da Petrobras, para apontar que a empresa está atuando a pleno vapor.

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