ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUARTA  13    CAMPO GRANDE 23º

Economia

Guerra da Rússia pode fazer subir preço do pão francês na próxima semana em MS

Indústrias de panificação devem absorver parte dos custos, segundo representante

Liana Feitosa | 09/03/2022 18:15
Padeiro organizando pãozinho em estabeleciemnto de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Arquivo)
Padeiro organizando pãozinho em estabeleciemnto de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Arquivo)

Preço médio do quilo do pão francês na Capital é de R$ 17,90, mas a partir da semana que vem, os valores podem subir por causa da instabilidade econômica mundial gerada pelo conflito da Rússia contra a Ucrânia, acredita o presidente da Sindepan/MS (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Mato Grosso Do Sul), Marcelo Barbosa.

De acordo com o representante, as empresas do setor têm liberdade para estabelecer os próprios preços, portanto, cada uma faz sua planilha de custos. “[Mas] o setor já está absorvendo grande parte dos aumentos da farinha e de outros subsídios. Então, o aumento não será repassado integralmente, pois o setor já passa por certa dificuldades. Como não é possível repassar todos os aumentos, geralmente o setor absorve, arcando com uma parte dos custos”, detalha Marcelo.

Ainda segundo o presidente da Sindepan/MS, os preços nos distribuidores ainda não subiram, mas, nos atacadistas, sim. De acordo com a Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), “eventuais reajustes de preços pela indústria nacional obedecem a políticas comerciais e de importação, e dependem de fatores como estoque de trigo, que variam de empresa para empresa”, mas, “no momento, não há previsão de que isso [aumento nos preços] aconteça”, afirma o presidente da entidade, Leonardo Miguel Severini, em nota.

Encarecimento - Se por um lado não há previsão de aumento de preços nos distribuidores, empresas que já estão com estoques baixos sentirão primeiro o impacto do encarecimento do trigo no mercado. Inevitavelmente, o pão, a pizza, o macarrão e massas em geral pesarão no bolso do consumidor.

A instabilidade se deve ao fato de que a Rússia é o maior exportador mundial de trigo e a Ucrânia é o 4º maior. “Isso está desorganizando todo o mercado mundial. O que podemos ter certeza nas próximas semanas é que a pressão sobre o mercado internacional e interno vai ser muito grande”, explica Rubens Barbosa, o presidente-executivo da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), ao Campo Grande News.

De acordo com Rubens, “é muito difícil dizer algo sobre como ficarão os mercados locais, e os preços do trigo em cada região, mas todas as regiões do País vão sofrer com o aumento exponencial dos preços”.

Generalizado - Atualmente, 60% do trigo consumido no Brasil é importado de outros países, principalmente da Argentina, que é responsável por 85% do abastecimento brasileiro. Diante disso, o problema será generalizado. “O problema é que o trigo já não está mais na mão dos produtores argentinos, mas na mão das trades. A Argentina bloqueou exportações e eles estão esperando aumento do preço no mercado para liberar as exportações deles”, completa o representante da Abitrigo.

Nos siga no Google Notícias