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Economia

Guerra da Rússia pode fazer subir preço do pão francês na próxima semana em MS

Indústrias de panificação devem absorver parte dos custos, segundo representante

Liana Feitosa | 09/03/2022 18:15
Padeiro organizando pãozinho em estabeleciemnto de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Arquivo)
Padeiro organizando pãozinho em estabeleciemnto de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Arquivo)

Preço médio do quilo do pão francês na Capital é de R$ 17,90, mas a partir da semana que vem, os valores podem subir por causa da instabilidade econômica mundial gerada pelo conflito da Rússia contra a Ucrânia, acredita o presidente da Sindepan/MS (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Mato Grosso Do Sul), Marcelo Barbosa.

De acordo com o representante, as empresas do setor têm liberdade para estabelecer os próprios preços, portanto, cada uma faz sua planilha de custos. “[Mas] o setor já está absorvendo grande parte dos aumentos da farinha e de outros subsídios. Então, o aumento não será repassado integralmente, pois o setor já passa por certa dificuldades. Como não é possível repassar todos os aumentos, geralmente o setor absorve, arcando com uma parte dos custos”, detalha Marcelo.

Ainda segundo o presidente da Sindepan/MS, os preços nos distribuidores ainda não subiram, mas, nos atacadistas, sim. De acordo com a Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), “eventuais reajustes de preços pela indústria nacional obedecem a políticas comerciais e de importação, e dependem de fatores como estoque de trigo, que variam de empresa para empresa”, mas, “no momento, não há previsão de que isso [aumento nos preços] aconteça”, afirma o presidente da entidade, Leonardo Miguel Severini, em nota.

Encarecimento - Se por um lado não há previsão de aumento de preços nos distribuidores, empresas que já estão com estoques baixos sentirão primeiro o impacto do encarecimento do trigo no mercado. Inevitavelmente, o pão, a pizza, o macarrão e massas em geral pesarão no bolso do consumidor.

A instabilidade se deve ao fato de que a Rússia é o maior exportador mundial de trigo e a Ucrânia é o 4º maior. “Isso está desorganizando todo o mercado mundial. O que podemos ter certeza nas próximas semanas é que a pressão sobre o mercado internacional e interno vai ser muito grande”, explica Rubens Barbosa, o presidente-executivo da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), ao Campo Grande News.

De acordo com Rubens, “é muito difícil dizer algo sobre como ficarão os mercados locais, e os preços do trigo em cada região, mas todas as regiões do País vão sofrer com o aumento exponencial dos preços”.

Generalizado - Atualmente, 60% do trigo consumido no Brasil é importado de outros países, principalmente da Argentina, que é responsável por 85% do abastecimento brasileiro. Diante disso, o problema será generalizado. “O problema é que o trigo já não está mais na mão dos produtores argentinos, mas na mão das trades. A Argentina bloqueou exportações e eles estão esperando aumento do preço no mercado para liberar as exportações deles”, completa o representante da Abitrigo.

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