Homex paga rescisão de parte dos trabalhadores na próxima semana
O presidente do Sindicato da Construção Civil de Mato Grosso do Sul, José Abelha Neto, disse, hoje, que na próxima semana, a entidade e o Ministério do Trabalho, farão a rescisão de 97 trabalhadores no canteiro de obras da Homex. Segundo o presidente, o sindicato fez uma assembleia com cerca de 200 trabalhadores e parte do grupo resolveu terminar o contrato que estava sendo mantido mesmo com a empresa mexicana tendo paralisada as obras de construção de unidades habitacionais na Capital.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira durante audiência pública na Câmara Municipal que discutiu vários problemas envolvendo a Homex, entre eles, rachaduras e infiltrações nas residências que a empresa construiu. A empresa mexicana, que já construiu 464 casas na Capital, assinou um termo de compromisso com a Caixa Econômica Federal se comprometendo a fazer os reparos e dar continuidade às obras. Restam ainda quatro conjuntos residenciais para serem concluídos.
Abelha Neto disse que o sindicato não recebeu nenhuma reclamação de atraso no pagamento dos salários. A empresa mandou um ofício em novembro dizendo que paralisaria as obras, mas continuaria pagando o salário dos funcionários (de oito horas), mesmo com eles parados. “Metade deles não aceitou ficar recebendo sem trabalhar e pediram para fazer a rescisão, pois o mercado está aquecido e eles querem trabalhar, fazendo jus ao salário”, explicou.
O presidente do sindicato disse que a empresa chegou a Campo Grande “com muita sede ao pote”, e quis impor uma forma de trabalhar diferente, em desacordo com a legislação trabalhista. “Eles iniciaram trabalhando em três turnos, eu nunca havia visto isso. Depois, quando começaram os problemas, diminuíram para dois turnos e por fim, para um. Se com um turno já existem problemas, imaginem com três”, analisou.