Inadimplência avança quase 7% e afeta mais de 103 mil famílias na Capital
Cartão de crédito foi o maior vilão do endividamento das famílias no mês de junho segundo a pesquisa
A inadimplência atingiu 103.825 pessoas em Campo Grande em maio com um salto de quase 7% em relação ao mês anterior. Os dados são da PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) que aponta crescimento no número de famílias com compromissos parcelados neste mês de junho frente a maio e, também das que declaram estar com contas em atraso, em Campo Grande.
Neste mês, 61% das famílias entrevistadas declararam ter dívidas como: cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. O índice em maio era de 58,4%. Em relação às contas em atraso, o índice saltou de 31,3% a 33,2%. O total de famílias endividadas ficou em 190.621, de acordo com a pesquisa.
O maior vilão do endividamento foi o cartão de crédito apontado por 57,8% como o principal meio de gastos, seguido dos carnês, 29,1% e financiamentos de carro (14,1%) e casa (14,9%).
“Podemos verificar que a pandemia do covid-19 (coronavírus) trouxe diversos impactos negativos sobre a vida das pessoas, dentre eles o medo do contágio, demissões, suspensão de contratos de trabalho e reduções salariais. Apesar disso, nos últimos dias percebemos resultados menos piores, na comparação, ao mês de abril, por exemplo, uma vez que houve redução da intensidade das quedas nos faturamentos das empresas e nas demissões. Além disso, podemos notar que o índice de pessoas que declaram que não terão condições de pagar suas contas se manteve praticamente estável, em 10,8%. Assim, apesar do aumento do número de endividados e daqueles que estão com contas em atraso, ainda sim temos indicadores com resultados menos negativos”, observa a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS), Daniela Dias.
"Cabe destacar, que a forma de pagamento, tem se demonstrado como um grande diferencial neste momento. Principalmente, no que tange a pagamentos a vista e que detenham algum tipo de desconto ou benefício. Esse pode ser um importante mecanismo tanto para lojistas, quanto para consumidores, que estão na busca pelo equilíbrio orçamentário. Para aqueles que já estão com contas em atraso, a renegociação de taxas de juros, prazos e quantidade de parcelas, pode se demonstrar como uma alternativa", complementa Daniela Dias.
O que fazer - Se a situação de inadimplência já era esperada, e agora foi comprovada em números, infelizmente o cenário pode piorar nos próximos meses, sendo reflexo de profissionais que perderam o emprego e também temos os que tiveram redução dos ganhos, que chegou a mais de 50% em muitos casos. A opinião é de especialistas em educação financeira.
O desespero deve ser evitado e não busca empréstimo que você não possa quitar depois. É óbvio que a situação é assustadora para muitos, mas entrar em pânico só prejudica, levando muitas vezes à tomada de decisões erradas que poderão impactar ainda mais nas finanças. Assim, a primeira coisa é buscar forças e ter calma para olhar de forma inteligente as finanças. Planejar o orçamento e reduzir gastos pode ser uma saída.