ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Economia

Longe de crise, atacarejo cresce 30% investindo em preço baixo

Liana Feitosa | 01/11/2015 10:59
Segundo presidente do Assaí, Belmiro Gomes, rede registou aumento de 26,3% nas vendas brutas no Brasil no primeiro semestre de 2015. (Foto: Campo Grande News)
Segundo presidente do Assaí, Belmiro Gomes, rede registou aumento de 26,3% nas vendas brutas no Brasil no primeiro semestre de 2015. (Foto: Campo Grande News)

O setor de supermercados cresce em todo país, inclusive em Mato Grosso do Sul. De mercearias, passando por supermercados médios e chegando ao atacarejo, que vendem no atacado e, também, ao consumidor final, o setor atacadista e distribuidor cresceu, no Estado, 10,9% em 2014.

O número faz parte do último levantamento realizado pela Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), responsável por distribuir 52% de tudo o que é comercializado no mercado de consumo brasileiro.

Para se ter ideia da estabilidade do setor, o presidente da rede Assaí Atacadista explica que há crescimento sendo computado também neste ano. "No primeiro semestre de 2015, o Assaí registou um aumento de 26,3% nas vendas brutas no Brasil, na comparação com o mesmo período do ano passado”, afirma Belmiro Gomes.

Aquecimento - No ano passado, a participação dos atacarejos nos gastos do consumidor cresceu 29% e, a dos mercados, 17% no ano passado, segundo a Abad. No entanto, o consumidor também não deixou de complementar suas compras nos pequenos mercados e mercearias, estabelecimentos mais próximos do cliente, oferecendo maior comodidade. O aumento nas vendas desse pequeno varejo alimentar foi de 7,5%, em média.

Segundo o economista Tiago Queiroz, da Valores Consultoria Econômica, só o atacarejo cresceu em torno de 30% no Brasil nos últimos 12 meses. "O setor é uma grande oportunidade para o consumidor. Principalmente em regiões que estão desenvolvimento, como o Centro-Oeste e o Nordeste, as vendas estão muito acima que ocorre no Sudeste do país", analisa.

No começo desse mês, a rede atacadista Makro fechou a única loja que tinha em Campo Grande, na contramão da estabilidade do setor. Para o economista, o fechamento da unidade é mais resultado de falta de estratégia do que de crise econômica.

Para presidente da Asmad-MS, Valdivino José de Souza, supermercados não apresentam queda acentuada nas vendas, mas há estagnação no setor. (Foto: Divulgação)
Para presidente da Asmad-MS, Valdivino José de Souza, supermercados não apresentam queda acentuada nas vendas, mas há estagnação no setor. (Foto: Divulgação)

Análise - "Quando o Makro chegou na Capital, só tinha o Atacadão. Depois, chegaram outras marcas, todas em ponto comercial melhor, com boas localizações e preços interessantes", contextualiza o especialista.

"Nesse tempo todo, o Makro não se reinventou, não buscou novo ponto comercial, perdeu espaço. Foi uma questão de gestão, de falta de visão de fazer uma defesa no mercado, faltou se proteger enquanto empresa", conclui. "Acredito que a rede deva voltar à cidade no futuro, mas em outro ponto. O mercado aqui é promissor", completa.

Seguindo no sentido oposto desse otimismo todo, Valdivino José de Souza, presidente da Asmad-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Atacadistas e Distribuidores), garante que o atacado distribuidor não tem crescido no Estado.

Setor - "Algumas empresas apresentam números um pouco melhores, mas não há previsão de crescimento neste ano. A tendência é que o ano feche de 4% a 5% negativo no atacado distribuidor, que abastece atacadistas, não só supermercados", detalha.

Entre os que apresentam números pouco menos pessimistas estão justamente os supermercados. "Eles não apresentam queda muito grande nas vendas, mas há certa estagnação de venda porque tem existido diminuição das compras e o mercado distribuidor é reflexo do varejo", afirma Souza.

Isso quer dizer que o desaquecimento em uma das pontas desse setor afeta outras partes da mesma cadeia. "Se o consumidor deixa de comprar, o varejista ou o pequeno e médio supermercado deixa de vender. Se ele deixa de vender, compra menos do setor atacadista distribuidor, criando uma cadeia de desaquecimento na economia", finaliza o presidente.

Nos siga no Google Notícias