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Economia

MS 'vira corredor' e número de postos de combustíveis fechados chega a 21

Mais de 300 funcionários foram demitidos ao longo do ano

Elci Holsback e Willian Leite | 23/12/2016 11:30
Posto localizado entre as ruas Maracaju e Calógeras está entre os que fecharam em 2016 (Foto: Fernando Antunes)
Posto localizado entre as ruas Maracaju e Calógeras está entre os que fecharam em 2016 (Foto: Fernando Antunes)

Mais de 300 tralhadores foram demitidos devido ao fechamento de 21 postos de combustíveis de Campo Grande em 2016. Segundo o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de MS) outras unidades reduziram o horário de funcionamento ao longo da semana e fecham aos domingos, alegando baixa margem de lucro, resultado do aumento constantes dos combustíveis e consumo em queda.

"A Capital tem 160 postos e o empresário não alcança margem de lucro nessa concorrência predatória. No último semestre houve perda de 30% no lucro dos postos. Diante da atual situação econômica do Brasil, as pessoas estão se adaptando, mudando rotas ou utilizando menos os veículos", avalia o gerente executivo do Sinpetro, Edson Lazarotto.

Para ele, Mato Grosso do Sul se tornou apenas um "corredor de veículos" que passam por aqui, deixam prejuízos nas estradas e não abastecem. "O Estado virou um corredor de caminhões, os postos contabilizam prejuízos de até 50%, o que é grave para a economia de Mato Grosso do Sul, que perde renda e agrava o desemprego, com vários funcionários demitidos", afirma. 

Preço - O sindicalista aponta ainda as constantes altas dos combustíveis como agravante para o problema. "Com o aumento do combustível a cada 30 dias, o proprietário do posto não pode segurar o reajuste, mas já perde o lucro e ao repassar para a bomba o consumidor reduz a compra", destaca.

Administrador de um posto da rede Faleiros, localizado na rua 13 de Maio, Taciano Machado revela que já reduziu o quadro de funcionários há cerca de dois meses e que se não houver reação nas vendas, a unidade vai fechar. "O movimento caiu 50% este ano, comparado a 2015 e só estamos funcionando ainda porque as outras cinco unidades da rede estão segurando as despesas de aluguel, energia e salário dos funcionários, mas se não houver reação no início do ano, podemos fechar", revela Machado.

O administrador esclarece ainda que paga R$ 3,21 por litro de gasolina na refinaria e vende na bomba a R$ 3,49 o que, segundo ele, não gera margem de lucro. "Para compensar minimamente o valor na bomba deveria ser de R$ 3,80, mas se vender a esse valor o consumidor deixa de abastecer", avalia.

A expectativa do Sinpetro é de que o início de 2017 pode ser crítico e mais fechamentos de unidades e demissões podem acontecer. "Diante da situação atual, a tendência é de que a queda na comercialização do combustível alcance 40%", avalia Lazarotto.

Para tentar reverter esse cenário, o sindicato quer que o governo do Estado volte a revisar as alíquotas de impostos sobre os combustíveis. Em 2015, o governo reduziu a alíquota do diesel durante todo o ano, mas depois desse período afirmou que o aumento no consumo não compensou a renúncia fiscal.

Lazarotto acredita que essa revisão, assim como medidas para estimular o desenvolvimento do setor, podem melhorar a situação dos empresários e adiantou que uma reunião para debater o assunto está prevista para janeiro. 

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