No Dia das Crianças, comerciantes de Campo Grande já apostam no Natal
Papai Noel já chegou à cidade, de trenó e tudo, mas não veio presentear criancinhas. Está fazendo vitrinismo, propaganda antecipada para o Natal. Alguém, afinal de contas, precisa chamar a atenção dos clientes mais crescidinhos.
Ainda faltam pouco mais de dois meses para a data em que os cristãos comemoram o nascimento de Cristo, mas comerciantes de Campo Grande já apostam nas peripécias do bom velhinho e estão de olho naqueles consumidores que preferem comprar tudo antes.
No centro da cidade, na rua 14 de julho – entre a Maracaju e a Antônio Maria Coelho – proprietários de uma loja especializada colocaram todos os itens novos à disposição. A fachada, de tão chamativa, aparece de longe.
A entrada foi enfeitada pelo tradicional vermelho e verde, por árvores e presépios gigantes, anjos luminosos, estrelas e pisca-pisca. O interior segue a mesma linha. O clima natalino é visto por toda a parte.
Um dos responsáveis pelo estabelecimento, Daniel Hisao, de 30 anos, conta que o comércio existe há 25 anos e que se sempre apostou na propaganda antecipada para “puxar” o cliente primeiro.
A estratégia deu certo, garante, mas o perfil do cliente, como passar dos anos, mudou. “Antigamente era no começo do mês, agora eles estão vindo no final. Não sei se pagam as contas e depois vê o que vão fazer com o resto”, disse.
Mesmo assim, o final do ano sempre é o período de maior faturamento. As vendas, nesta época, aumentam em torno de 40%. O quadro de funcionários precisa ser dobrado.
E não adianta expor coisas antigas, do Natal passado. O freguês quer novidade. Entre os destaques desse ano estão os presépios com movimento, um trabalho primoroso, mas que não sai por menos R$ 500,00.
Um deles, o “cenário carrossel”, custa R$ 554,95 e pode ser pago em até 6 vezes no cartão, como todos os outros produtos da loja que tem aproximadamente 15 mil itens.
O “Natal parque”, outro presépio, está sendo vendido por R$ 707,95. Traz mini réplicas de árvores e rodas gigantes e pelo menos 8 patinadores. Os bonecos se movimentam em um cenário de gelo.
Daniel Hisao diz que criança gosta mesmo é de brinquedo, mas ele não dispensa os pequenos clientes. No meio da loja, uma árvore de 2,10 metros chama a atenção pelo colorido e a decoração tipicamente infantil. O “brinquedinho” custa R$ 1.800,00.
Não é mais caro que a árvore decorada com laços vermelhos e dourados: R$ 2.639,00. O Papai Noel, imponente, sai por R$ 1.932,00. Um presépio gigante, posicionado na entrada, custa R$ 3.709,00.
Há opções “mais em conta”, como as figuras de luz, o pequeno papai noel ou o conjunto de 12 bolas decorativas que saem por R$ 219,00, R$ 12,45 e R$ 4,39.
O estoquista Roberto Cristovão Silva Pereira Caldas, de 42 anos, não vê problemas na propaganda antecipada. “Para o comerciante é o uma das épocas que mais vende”, disse.
Além disso, pontuou, compra quem quer. Ele, por exemplo, vai decorar a casa apenas com um presépio, do ano passado, o mesmo que utiliza há 10 anos.
A vendedora Simeni Sila Modeneis, de 49 anos, pensa da mesma forma. Ela, por exemplo, nem comentou com as filhas, de 4 e 6 anos, sobre o dia das crianças. Primeiro porque Jiulia, a mais velha, faz aniversário no final do mês e Vitória, a caçula, completa 5 anos no início de outubro. O presente será dado de uma vez só e a festa das duas, para economizar, será feita em um único dia.