No Dia do Consumidor, cliente encontra posto de orientação e poucas promoções
Data não tem apelo comercial histórico, mas é usada para lembrar ao consumidor como recorrer aos seus direitos
O Dia do Consumidor está longe de ser uma Black Friday no comércio de Campo Grande. Até agora, o movimento é o corriqueiro e poucas lojas oferecem promoções aos clientes. O que diferencia é a presença do Procon-MS, que montou posto de atendimento na Praça Ary Coelho.
"Inflação engoliu a margem de lucro", disse o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila. Historicamente, a data não é de grande chamariz no comércio, mas era visto como estímulo interessante para mês "morto". Porém, este ano, ainda se sente os efeitos das restrições da pandemia e da economia. "Se baixar muito o preço, depois, não consegue nem repor mercadoria", diz Vila.
No Centro, o que lembra o Dia do Consumidor é o atendimento do Procon. Além da unidade na praça, o também terá atendimento especial hoje no Juizado Especial de Pequenas Causas, na Rua 7 de Setembro, e o regular, na sede (Rua 13 de Maio).
O superintendente do Procon-MS, Marcelo Salomão, estima que de 200 a 300 atendimentos devem ser feitos hoje na Praça Ary Coelho, mesmo índice alcançado na sede diariamente.
“Essa ação é uma forma que o Procon encontrou de aproximar do consumidor que, muitas vezes, não consegue se deslocar ao órgão central; é dar a ele todas as orientações e respaldos para buscar uma solução de seu conflito.”
Além da equipe do Procon, funcionários das concessionárias de água (Águas Guariroba) e luz (Energisa) também estão na unidade, tirando dúvidas de clientes e negociando as dívidas.
O motorista aposentado Jorge Fernando Soares, 72 anos, estava na praça para pedir revisão do valor da conta de água de R$ 111,00. “Sou eu e minha esposa em casa e um valor desses não dá, deve haver algum problema.”
A esposa, Nilza Martins Daniel, 52 anos, do lar, também queria orientação sobre isenção na tarifa de energia por meio de programa do governo. A renda do casal é de um salário mínimo.
Também está no local equipe do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária). A vice-presidente da entidade, Eneida Maria Dacal, disse que presta orientação, falando da importância da presença do médico-veterinário nos locais que comercializam produtos e serviços, como casa de revenda de ração ou pet shop.
De olho – Pelo Centro, poucos comércios faziam alusão à data. Em um deles, faixa oferece descontos de até 70% em alguns produtos, oferta que deve ser estendida durante todo o mês.
A designer de sobrancelha Ana Santos, 26 anos, estava buscando promoção em celular e viu o preço passar de R$ 2,7 mil para R$ 2,1 mil. “Achei vantajoso”, disse, explicando que vai parcelar ao máximo permitido, trinta vezes.
A gerente administrativa Darlene Santana, 24 anos, comprou calçados para ela e para o marido, gastando cerca de R$ 200. Não viu nenhuma promoção por conta do Dia do Consumidor, nem foi informada sobre isso. “Nem estava sabendo”.
Ontem, a reportagem do Campo Grande News já havia mostrado que a data não desencadeou muitas promoções especiais das lojas do Centro da cidade.
De acordo com a CDL/CG, este ano, não tem nada programado para a data. “Não teremos uma ação específica, cada lojista pode fazer como preferir. Muitos já estão se organizando para Páscoa e Dia das Mães, que são mais comerciais. Claro que vai ter cards nas redes sociais”, informou via assessoria.