Presente em MS, Vetorial desiste de arrendamento de fábrica no Paraguai
Siderúrgica brasileira havia iniciado operações na Acepar em 2014 em contrato que duraria dez anos; empresários acusam empresa de vender US$ 5 milhões em produtos e não entregar
Uma das principais siderúrgicas do país, com unidades de operação em Mato Grosso do Sul, a Vetorial se prepara para deixar suas operações em uma aciaria do Paraguai. Conforme o jornal ABC Color, o contrato de arrendamento com a Acepar, assinado em 2014, está em processo de rescisão. A saída da empresa da unidade em Villa Hayes ocorre de forma turbulenta, sob acusações de que a empresa vendeu US$ 5 milhões em produtos que não foram entregues.
A fábrica paraguaia já se encontra parada há mais de uma semana, conforme clientes da aciaria. O empresário Conrado Valenzuela relatou ao jornal do país vizinho que a Vetorial desistiu do arrendamento, que terminaria apenas em 2024 e envolviam investimentos de US$ 20 milhões ao longo de 18 meses –o que não teria se concretizado– para elevar a produção a até 8 mil toneladas mensais. A fabricação não teria chegado a metade desse montante.
Valenzuela acusou a empresa de realizar vendas antecipadas de aço dias antes do fechamento, em montante que chegou a US$ 5 milhões. “Nos visitaram nos depósitos, chamaram todos os distribuidores, ofereceram mercadorias a bons preços e levaram nossos cheques. Depois nos chamaram para avisar que eles vão sair do Paraguai”, disse o empresário.
Ainda conforme o relato ao jornal, representantes da Vetorial afirmaram que o governo paraguaio não cumpriu compromissos com a empresa, incluindo créditos retidos na Fazenda do Paraguai. “Mas isso não tem nada a ver conosco. Nos sentimos realmente lesados”. Empresas, agora, aguardam intervenção do governo paraguaio para solucionar o problema –que atinge também fornecedores da companhia brasileira.
O interventor da Acepar, José Luiz Vinader, confirmou que estão em processo de rescisão com a siderúrgica, mas não deu mais destalhes sobre o processo. A Vetorial alegou a queda no preço do aço no mercado local, de US$ 1,1 mil por tonelada para cerca de US$ 850. O governo paraguaio, por sua vez, acusa a companhia de dever US$ 10 milhões em tributos, além de não cumprir termos do contrato.