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Economia

Presidente da Fiems critica aumento da taxa básica de juros

Segundo a entidade, a medida é inadequada diante dos sinais de desaceleração da economia brasileira

Por Gabriel de Matos | 11/12/2024 19:07
Sede da Fiems na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Sede da Fiems na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

A Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) manifestou preocupação com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros (Selic) em 1,0%. Segundo a entidade, a medida é inadequada diante dos sinais de desaceleração da economia brasileira e pode agravar a situação econômica do país.

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou os impactos da alta dos juros sobre os investimentos nos setores produtivos e sobre a saúde financeira das empresas. “A elevada taxa de juros afeta diretamente os investimentos no agronegócio, no comércio e na indústria. Além disso, impacta o passivo das empresas, aumentando significativamente os custos financeiros e dificultando a competitividade dos negócios”, afirmou.

Longen também relacionou o ciclo de juros altos à inflação, que, segundo ele, é pressionada pela falta de controle das despesas públicas. “Os juros estão altos porque a inflação pressiona para cima. E por que a inflação está elevada? Porque o governo não consegue conter suas despesas. Sem esse controle, ele recorre ao mercado, onde o dinheiro é escasso, pagando mais caro para captar recursos. Isso pressiona ainda mais os juros e dispara o dólar”, explicou.

A alta do dólar foi apontada como outro agravante. De acordo com Longen, a desvalorização cambial encarece as matérias-primas importadas, que já são amplamente utilizadas no Brasil devido ao custo elevado da produção nacional. “Isso cria um ciclo vicioso de juros altos, dólar elevado e inflação pressionada, comprometendo tanto a produção quanto o consumo no país”, destacou.

A Fiems também alertou para as perspectivas econômicas de 2025. Com menor estímulo fiscal previsto e projeções de crescimento de apenas 2,0% para o PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano, a elevação da Selic pode intensificar o desaquecimento da economia.

“Entendo que nós, empresários, precisamos pressionar o Congresso Nacional para conter a política de gastança do Governo Federal, porque as projeções para a economia em 2025 não são boas se continuarmos nesse alinhamento. Gastos desenfreados, disparada do dólar, inflação, juros altos e a quebradeira das empresas são grandes preocupações. Além disso, há setores enfrentando dificuldades para contratar mão de obra devido aos benefícios sociais, o que gera uma distorção de mercado”, concluiu.

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