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Economia

Alta do dólar e mercado saturado fizeram governo retirar Rota da Celulose da B3

Modelagem será refeita e projeto deve voltar a ser colocado para leilão somente no ano que vem

Por Gabriela Couto e Fernanda Palheta | 03/12/2024 15:14
Imagem aérea do trecho da MS- 395, que faz parte do pacote da Rota da Celulose (Foto: Edemir Rodrigues)
Imagem aérea do trecho da MS- 395, que faz parte do pacote da Rota da Celulose (Foto: Edemir Rodrigues)

O governador Eduardo Riedel (PSDB) explicou aos deputados estaduais, nesta terça-feira (3), durante reunião na Assembleia Legislativa, os motivos da retirada da Rota da Celulose, do leilão que deveria ocorrer na próxima sexta-feira (3).

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O leilão da Rota da Celulosa foi adiado devido à alta do dólar e à saturação do mercado, tornando o projeto menos atrativo para investidores. O governador Eduardo Riedel comprometeu-se a reavaliar a modelagem do projeto, buscando soluções com o ministro dos Transportes para torná-lo viável e incluí-lo em um novo pacote de rodovias no início de 2024. A alta dos juros, influenciada pela valorização do dólar, impactou a taxa de retorno do projeto, contribuindo para a decisão de adiamento.

O adiamento do leilão da rodovia, sem data determinada, foi atribuído à alta do dólar e à saturação do mercado. O governador se comprometeu a reavaliar a modelagem do projeto para torná-lo mais atrativo aos investidores.

Riedel se comprometeu a tratar do assunto com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para buscar soluções que viabilizem o projeto.  A expectativa é que um novo modelo seja colocado no mercado com o pacote de rodovias do eixo leste do Estado no início do ano que vem.

"O momento econômico do País, com o dólar em alta, várias ofertas de PPPs, são fatores que podem ter inibido potenciais investidores. O edital será refeito, sofrerá provavelmente adequações de metas de investimento que impactarão diretamente no preço final do pedágio a ser cobrado. A iniciativa privada não faz carente, só vai ter interesse em empreendimentos com potencial de lucratividade.  O ideal é que todas as rodovias fossem duplicadas, mas para isto, é preciso viabilizar recursos para os projetos saírem do papel", comentou o presidente do Legislativo, Gerson Claro (PP).

O vice-líder do governo, deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), formado em economia, acrescentou dados mais específicos para a tomada de decisão.

“Foi uma surpresa para todos, porque na realidade o mercado está muito tomado com outros projetos. Isso que o governador colocou e diversos agentes financeiros recomendaram esse adiamento e nós vamos fazer uma análise no começo do ano que vem, está tendo uma modificação hoje na conjuntura de mercado”, justificou.

O aumento do dólar gerou impacto direto no mercado financeiro. “O dólar reflete nos juros. O Banco Central está aumentando a taxa de juros com a perspectiva de que eventualmente dentro de pouco tempo tem uns 13, 14 até 15% de taxa de juros, então isso tudo está modificando a expectativa do mercado. Esse é um projeto [Rota da Celulose], por exemplo, que a taxa interna de retorno é de 10,45%. O dólar mexendo com Selic subindo, tudo isso mexe na expectativa do mercado”.

Trecho que deve ser duplicado na MS-395 (Foto: Edemir Rodrigues)
Trecho que deve ser duplicado na MS-395 (Foto: Edemir Rodrigues)

Projeto - Localizado na porção central e leste do Estado, o sistema rodoviário a ser concedido inclui os principais corredores que ligam a Capital ao Sudeste do país, passando por nove municípios sul-mato-grossenses. A região a ser atendida possui o maior centro industrial do Estado, em plena expansão, com destaque aos municípios de Campo Grande, Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul e Ribas do Rio Pardo, onde está localizada a maior indústria de celulose do mundo.

As melhorias previstas atendem o volume de tráfego atual e o projetado para os próximos anos. Estão estimados R$ 9 bilhões em capital privado e 843 km em benfeitorias.

Os investimentos são para ampliar e antecipar melhorias na malha viária. Serão 135 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 203 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 36 km em contornos de municípios, 112 dispositivos ao nível e quatro dispositivos em desnível, seis travessias sobre a linha férrea, 22 passagens de fauna, 16 passarelas, três postos de parada e descanso aos caminhoneiros.

Para proporcionar mais segurança e prestação de serviços aos usuários, a concessionária deverá implantar e operacionalizar os seguintes serviços: 19 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias de atendimento e socorro médico, sete veículos de inspeção de tráfego, cinco caminhões-pipa para combate a incêndios, cinco caminhões adaptados para apreensão de animais e desobstrução de pistas e 13 postos de atendimentos aos usuários com estacionamento, sanitários, telefones e área de descanso.

A concessão prevê ainda o atendimento às diretrizes do programa Estrada Viva, do Governo do Estado, para preservação da fauna silvestre. Entre eles, a implantação de dispositivos de prevenção de acidentes como passagens de fauna, tela condutora, placas de alerta e lúdicas, controladores de velocidade bem como serviço de Resgate e Reabilitação de Fauna e ações de educação ambiental dos usuários e comunidade em geral.

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