Sem interessados, governo “adia” leilão da Rota da Celulose em MS
Entrega de envelopes estava marcada para a manhã desta segunda e a concorrência agendada para sexta-feira
O leilão da concessão rodoviária da chamada “Rota da Celulose”, planejada para melhorar a infraestrutura de transportes no Mato Grosso do Sul, foi adiado após não atrair interessados. A entrega de envelopes, inicialmente prevista para a manhã desta segunda-feira (2), e a concorrência, marcada para sexta-feira (6), não avançaram. A informação foi confirmada pelo Valor Econômico.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O leilão da concessão da “Rota da Celulose”, no Mato Grosso do Sul, que prevê R$ 6 bilhões em investimentos em 870 km de rodovias estaduais e federais, foi adiado por falta de interessados. O governo estadual confirmou o reagendamento e informou que anunciará a nova data em breve, sem detalhar se haverá mudanças no edital. O projeto, crucial para a indústria de celulose e o Corredor Bioceânico, inclui duplicações e novas obras, e foi apresentado a potenciais investidores em setembro, com recepção aparentemente positiva.
Em nota oficial, o governo do Estado confirmou que o certame que estava previsto para a próxima sexta será “reagendado”. “O governo de Mato Grosso do Sul, por intermédio do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), informa que irá reagendar o leilão da chamada ‘Rota da Celulose’, previsto para próxima sexta-feira (6). Assim que estabelecida, a nova data será comunicada oficialmente ao mercado.”
A concessão rodoviária da Rota da Celulose compreende 870 quilômetros de rodovias estaduais e federais, abrangendo as BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O contrato previa cerca de R$ 6 bilhões em investimentos para obras como a duplicação de 116 quilômetros de vias, além de outros R$ 3 bilhões em custos operacionais durante os 30 anos de concessão.
A regulação seria feita pela agência estadual, com o objetivo de melhorar a logística de um setor estratégico para Mato Grosso do Sul: a indústria de celulose. Os trechos licitados passam por nove municípios, incluindo Campo Grande, Três Lagoas e Bataguassu, e seriam vitais para o desenvolvimento do Corredor Bioceânico, que conecta o Brasil ao Oceano Pacífico por meio de outros países da América do Sul.
Entre as intervenções previstas, estavam quase 200 quilômetros de novas obras, incluindo duplicações, contornos e vias marginais. A gestão e fiscalização do contrato ficariam sob responsabilidade do governo estadual, que estruturou o projeto sem o envolvimento direto do governo federal na organização do leilão.
O governo estadual sinalizou que uma nova data para o leilão será anunciada em breve, mas ainda não detalhou se haverá alterações no edital ou outras medidas para aumentar o interesse do mercado.
Em setembro, o governador Eduardo Riedel apresentou o projeto de concessão de rodovias a empresários na sede da B3 em São Paulo. Na oportunidade, Riedel classificou o encontro como positivo com a participação de interessados em participar do leilão.
"Uma reunião extremamente positiva aqui na B3, onde o mercado se fez presente, com a participação dos interessados em participar do leilão em dezembro. Todos puderam conhecer o projeto e agora é esclarecer as dúvidas para se ter o melhor resultado possível", afirmou o governador a época.