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Economia

Queda no consumo derruba em até 14% preço da carne bovina na Capital

Maior oferta do alimento também contribui para o resultado

Osvaldo Junior | 14/05/2017 09:05
Carne bovina ficou mais barata com queda do consumo (Foto: Arquivo)
Carne bovina ficou mais barata com queda do consumo (Foto: Arquivo)

A redução do poder de compra do campo-grandense, decorrente do desaquecimento da economia, impactou sobre os preços dos cortes de carne bovina. Devido ao consumo retraído, o alimento ficou até 14,36% mais barato no varejo da Capital, de acordo com levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), da Uniderp.

Conforme projeção do coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza, a recuperação dos preços pode demorar pelo menos três meses.

“Isso é reflexo direto da queda de consumo”, avalia o pesquisador. Em tempos de crise, desemprego e perda do poder de compra, as pessoas reduzem gastos e evitam produtos mais caros, como é o caso da carne bovina.

De acordo com a consultoria MB Agro, o consumo de carne bovina no primeiro trimestre deste ano recuou para o menor nível desde 2001 em todo o País. No ano passado, cada consumidor adquiriu, em média, 30,6 quilos do alimento, queda de 8,4% sobre o resultado do ano anterior.

Além da retração do consumo, outro fator, pontual, notado por Correia de Souza, foi a redução, em março, das exportações devido aos impactos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

Com vendas reduzidas a outros países, houve maior volume de oferta de carne no mercado doméstico, puxando os preços para baixo. Mesmo com recuperação das exportações, os preços devem continuar em níveis relativamente reduzidos por pelo menos três meses, segundo estima o pesquisador.

O desaquecimento do mercado consumidor interno e o aumento da oferta derrubaram os preços da carne bovina. No varejo de Campo Grande, a redução, na comparação entre abril deste ano e mesmo período de 2016, chega a 14,36%. Este é o caso da picanha, cujo preço médio está em R$ 36,61 o quilo; em igual mês do ano passado, custava a média de R$ 42,75.

Outros cortes também apresentam quedas acentuadas. Os destaques são: cupim (de R$ 20,44 para R$ 18,64, variação de -8,81%), agulha (de R$ 15,19 para R$ 14,81, redução de 8,52%), contra-filé (R$ 27,99 para R$ 25,63, recuo de R$ 8,43%) e lagarto (R$ 20,74 para R$ 19,34, queda de 6,75%).

Aves – Com a redução do poder de compra, a tendência é buscar carnes mais baratas, como frango. No entanto, na gangorra da oferta e procura, esse alimento encareceu, afugentando os consumidores. O resultado foi a queda de preços também desse tipo de carne.

De acordo com o Nepes, o quilo da coxa de determinada marca retraiu 44% na comparação entre abril de 2017 (R$ 5,29) e mesmo mês do ano passado (R$ 9,59). O valor médio do peito sem osso recuou de R$ 14,50 para R$ 11,89, variação de -18%.

A sobrecoxa reduziu 15% (de R$ 11,15 para R$ 9,41). O frango congelado ficou 7,39% mais em conta, de R$ 17,95 para R$ 16,62.

Queda no consumo derruba em até 14% preço da carne bovina na Capital
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