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Economia

Sem dinheiro, Bernal vai escalonar salários de servidores até dezembro

Renata Volpe Haddad, Michel Faustino e Alan Diógenes | 28/08/2015 17:37
Prefeito apresenta números do Executivo e afirma déficit de R$ 30 milhões. (Foto: Vanessa Tamires)
Prefeito apresenta números do Executivo e afirma déficit de R$ 30 milhões. (Foto: Vanessa Tamires)

Servidores municipais de Campo Grande terão os salários escalonados até dezembro deste ano. Em coletiva realizada nesta tarde, a nova equipe da prefeitura informou que não há dinheiro em caixa suficiente para fazer os pagamentos em dia. Em coletiva, o prefeito Alcides Bernal (PP) anunciou que só tem R$ 10 milhões para pagar os funcionários, mas a folha será de R$ 90 milhões.

Segundo o recém nomeado titular da Sepanflic (Secretaria Municipal de Finança e Planejamento), Disney Souza Fernandes, a prefeitura está com deficit de R$ 30 milhões. "Quando o Bernal foi afastado, ele deixou mais de R$ 1 bilhão em caixa, sendo R$ 200 milhões da arrecadação do IPTU, o que desqualifica o argumento dito na gestão do Olarte que não tinha dinheiro para cumprir algumas coisas que ficaram pendentes", afirmou.

O secretário explicou que por causa desse déficit, a partir do próximo mês, os salários serão escalonados. "Vamos entrar em contenção de gastos, para que dentro de três ou quatro meses, os servidores voltem a receber no 5º dia útil", informou.

Outro ponto destacado por Fernandes, foi a questão do escalonamento. "Nunca achei que pudesse chegar a esse ponto.É caso de polícia o sumiço desse dinheiro, é necessário verificar para qual ralo foi esse dinheiro", ressaltou.

Prefeito – Bernal disse durante a coletiva que o pagamento das folhas dos servidores de Campo Grande totaliza R$ 75 milhões, mas com as rescisões de funcionários, o valor sobe para R$ 90 milhões. Porém, há apenas R$ 10 milhões em caixa. "Houve diminuição da receita nos últimos meses em Campo Grande, atrapalhando a folha total do município. Esses problemas que estamos encontrando são extremamente graves", analisou.

É a segunda vez que os 25,4 mil funcionários do município vão receber os salários de forma escalonada. O pagamento de salário não sofria atraso há 18 anos.

Bernal alegou ainda que a prefeitura tem um custeio de R$ 25 milhões, já que a Câmara de Vereadores tem que receber o duodécimo, no valor de R$ 5,4 milhões, para custeio dos trabalhadores e o pagamentos dos salários dos 29 vereadores.

"Ainda existe o pagamento de precatório de R$ 2 milhões por mês e tem que pagar se não corremos os risco de improbidade administrativa. Outro caso é que faltava pagar para a OMEP e Seleta mais de R$ 2 milhões, mas encontramos déficit de R$ 6 milhões de despesa", alegou o prefeito.

Outro destaque é o pagamento da previdência patronal que dá R$ 13 milhões e o repasse para o ServMed, é de R$ 50 milhões. Bernal concluiu que a prefeitura tem um compromisso de arrecadar R$ 228 milhões, mas não especificou em que período vai levantar esse valor.

O pagamento dos comissionados gera um custo de R$ 6,668 milhões para a prefeitura. Esse montante serve para pagar R$ 4,765 milhões aos 1.032 comissionados puros, ou seja, aqueles que dependem de rendimento, e o restante serve para o pagamento dos comissionados normais. Ao todo, são 1.521 comissionados.

Demissão – Segundo o secretário de Administração, Ricardo Ballock, todos os comissionados já foram demitidos, uma das medidas tomadas pela prefeitura para balancear as contas. "Também será feito revisão de contratos vigentes. Vários cargos ocupados por mais pessoas, já foram realinhados e tudo vai passar por uma auditoria", explicou.

Ballock ressaltou que precisa reavaliar o contrato com empresa que fornece gás. "Uma CPI que a Câmara fez na gestão do Olarte, os vereadores questionaram o valor pago no botijão de gás que era R$ 34. Olarte, contratou uma empresa e pagava R$ 60 por cada botijão", destacou.

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