Vendas de Natal devem cair 9,3%, mas movimento vai somar R$ 642 milhões
Com 9,3% de queda em relação a 2013, as compras de Natal deste ano devem injetar R$ 642 milhões no comércio de Mato Grosso do Sul, enquanto no ano passado, esse montante foi estimado em R$ 708 milhões. Consumidores mais retraídos neste ano vão gastar menos com o presente, uma média de R$ 156,00, 10% a menos que no ano passado.
Os dados fazem parte da pesquisa da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul), em parceria com a Uniderp Anhanguera e Fundação Manoel de Barros, divulgada hoje (17).
Dois fatores interferem diretamente para que o montante diminuísse em relação ao ano passado: o número menor de consumidores que vai às compras neste fim de ano (caiu de 89% para 87%) e o valor médio do presente, que caiu R$ 10,00.
Dinheiro no mercado - Considerando os valores pagos em salários e décimo-terceiro, a pesquisa estima um valor de R$ 2,2 bilhões. O levandamento aponta como sul-mato-grossense pretende usar o dinheiro extra e reafirma: o consumidor está mais conservador. A maioria dos entrevistados, 19%, vai pagar contas em atraso e 17% vão poupar parte do décimo terceiro. Já 16% vão gastar com as compras de Natal. Entre esses, maior parte usará de 10% a 20% da gratificação natalina com os presentes.
No ano passado, as projeções eram de R$ 708 milhões injetados na economia do Estado. A retração de quase 10% em comparação com este ano, (R$ 642 milhões) é reflexo da situação econômica do país que envolve o aumento da taxa de juros e a insegurança entre os consumidores, conforme pesquisa.
Ainda de acordo com o levantamento, o consumidor deve comprar até três presentes, e pretende gastar R$ 156,00 em cada um. Em 2013, a intenção era gastar R$ 166,00.
“Isso mostra que passamos por um período de instabilidade, o que influencia o consumidor. Mas continua a ser um valor bom, já que serão três presentes, em média”, explicou a economista da Federação, Regiane Dede.
Presentes- Em Campo Grande, o valor das lembranças de Natal caiu de R$ 157,00 para R$ 141,00, um valor 10% menor. Chapadão do Sul, a 321 quilômetros de Campo Grande, foi o município com a maior diferença de preço, 35% de queda. Enquanto em 2013, o consumidor gastaria R$ 216,00 para compra os presentes de Natal em Chapadão, desta vez eles estão com o pé no freio e devem gastar R$ 140, valor é 35% menor do que o divulgado na pesquisa de 2013.
Em São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros da Capital, o percentual foi de 33% em comparação com o Natal do ano passado. De R$ 196,00, o valor médio do presente passou para R$134,00, conforme a pesquisa. Em Aquidauana, a população espera gastar 26% a menos no preço do presente, e em Dourados o consumidor pretende pagar 31% mais barato nas lembranças de Natal.
Muita coisa não muda nas pesquisas dessa época do ano, como explicou o pesquisador da Anhanguera Uniderp, José Francisco dos Reis Neto, como os pagamentos à vista, preferência de 50% dos entrevistados. Outro dado que se mantém estável em todos os municípios são os locais de compra; na Capital, 50% dos entrevistados optam por comprar no centro da cidade. Em Corumbá e Ladário, esse número sobe para 65%. Em Ponta Porã, a 323 quilômetros da capital, esse índice dispara para 83%. Os altos índices acontecem em cidades onde não há shoppings centers.
“O consumidor irá às compras, porém um pouco mais retraído, influenciado pelas notícias econômicas de alta de juros, aumento da gasolina”, avaliou José Francisco.
Uma novidade do levantamento é que desta vez os eletrodomésticos e os eletrônicos não estão mais no topo da lista. A roupa está em primeiro lugar, seguida pelos brinquedos, calçados, perfumarias e acessórios.
A pesquisa mostrou ainda que o consumidor avalia 2014 como um ano melhor que 2013. No índice geral do Estado, 68% dos entrevistados confirmaram que, financeiramente, 2014 foi mais promissor do que 2013.
Já quando o assunto é a expectativa para 2015, 61% acreditam que o próximo ano será ainda melhor que 2014. “O levantamento mostra ainda que os consumidores começam a se interessar por bens duráveis, como casa, com 9% das intenções e 15% dos entrevistados que pretendem trocar de carro”, disse José.
Segundo Regiane, a diminuição de 25% em relação ao número de temporários contratados no comércio, mostra entre os empresários há incerteza de vendas. “No ano passado foram 4 mil contratados e para este ano espera-se 3 mil”.
Portanto, para alavancar as vendas os comerciantes devem ficar atentos ao bom atendimento e às promoções, itens que mais determinarão a compra pelo produto. “Este é o momento do empresário traçar estratégias que irão fidelizar o cliente”, frisou Regiane.
Além das compras à vista, preferência de 50% dos entrevistados, a pesquisa mostra ainda que 7% pretende compra a vista no cartão de crédito, 6% à vista no cartão de débito e 23% parcelado no cartão de crédito.